Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Engel, Luciane |
Orientador(a): |
Hennigen, Ines |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/180553
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Resumo: |
Esta dissertação narra e discute a experiência de ouvir pessoas que já foram presas, para compreender como se conduzem e lidam com o que, cotidianamente, a mídia fala e faz falar sobre a criminalidade, reproduzindo conceitos, condutas e modos de existência. Esta pesquisa foi realizada utilizando-se a metodologia roda de conversa com egressos do sistema prisional, em espaço que possibilitou discussão e reflexão de valores, conceitos e percepções, viabilizando aos próprios participantes serem protagonistas no processo de subjetivar-se com o que foi produzido nessa troca. Para incentivar a discussão, a proposta foi a de utilizar notícias de jornal e programas televisivos ou de rádio apontados pelos participantes. Minhas intervenções foram no sentido de fomentar o debate e de valorizar o compartilhamento de ideias e a construção de alternativas de vida no coletivo. A pesquisa também visou a favorecer a produção de narrativas de histórias e de experiências como prática de liberdade e de estratégias de convivência social. Os resultados mais significativos da pesquisa remetem à regularidade de falas de acordo com os agrupamentos: Discriminação, preconceito e criminalização da pobreza; Política partidária e corrupção; Trabalho, educação, cidadania e qualidade de vida; e Direitos e assistencialismo. Na discussão teórica dos resultados, foram abordados o entendimento da criminalização da pobreza e os efeitos do processo de categorização e de construção identitária da população pobre como classe perigosa Os aspectos relativos a políticas de acesso à educação e ao trabalho como possibilidade de inserção social foram discutidos com base na legislação e no que remete à governamentalidade social. Foram observadas as diferenças no acesso a direitos, o impacto da corrupção para as relações da população com o Estado e a possível intensificação do assistencialismo. A fundamentação dos tópicos também considerou o entendimento de que a mídia desempenha papel relevante nesse processo de subjetivação ao ser parcial na veiculação dos assuntos que aborda e ao dar visibilidade a discursos hegemônicos. O estudo foi baseado na perspectiva foucaultiana para entender a relação saber-poder em jogo nos discursos e pensar poder como condução de condutas e como possibilidade de resistência. Por fim, o estudo considerou o conceito de narrativas e de experiência de Walter Benjamin como meio de proceder a rupturas nos discursos midiáticos e de possibilitar a criação de diferentes modos de existência. |