Sociedade Recreativa e Cultural Gaúcho: um clube social negro na cidade de Caxias do Sul/RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, Fabiana Ferreira
Orientador(a): Escobar, Giane Vargas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/278809
Resumo: A experiência de negros e negras na cidade de Caxias do Sul/RS são marcadas por movimentos de muita luta, resistência e enfrentamento às condições de opressão. Em um processo contínuo, nós pessoas pretas, por meio das diversas organizações, no pós-abolição, criamos, ampliamos e consolidamos diariamente estratégias de sobrevivência múltiplas. Assim, a partir de um Clube Social Negro, denominado Sociedade Recreativa e Cultural Gaúcho, esta pesquisa buscou tornar visível algumas dessas ações que deu visibilidade ao negro na sociedade caxiense. A investigação aborda como categorias conceituais o pensar de Silvio Almeida (2019) para quem o racismo estrutural “integra a organização econômica e política da sociedade”; Daniele Machado Vieira (2017) na qual define Territórios Negros como a “necessária vinculação entre espaço físico e espaço simbólico”; Giane Vargas Escobar (2017) que aborda os Clubes Sociais Negros e nos diz que “esses espaços se constituiram como grupos organizados contra o racismo e a exclusão social, afirmando uma identidade negra, reivindicando seus direitos e sua cidadania”; Petrônio Domingues (2023) que define o Associativismo Negro como um “conjunto de experiências que consiste na articulação de mulheres e homens africanos e seus descendentes em torno de uma atividade ou instituição no espaço público, tendo em vista o fazer coletivo em nome do grupo que procuram representar” e Lia Vainer Schucman (2012) que elucida sobre o conceito de Branquitude, dizendo que “para entender a branquitude é importante entender de que forma se constroem as estruturas de poder concretas em que as desigualdades raciais se ancoram”. Insere-se na abordagem da pesquisa qualitativa, cujo percurso metodológico fundamenta-se na história de vida dos sujeitos que vivenciaram e ainda vivenciam experiências junto à instituição. Como resultados obtidos constatei que o referido Clube ainda é um território de resistência que acionou diversas estratégias para se firmar socialmente em uma localidade em que as relações sociais são racializadas. Também foi identificado que, além dele, houveram outros Clubes Sociais Negros na cidade, o que demosntra a relevância do associativismo negro. A pesquisa aponta como proposta uma ação educativa visando contemplar uma Educação para as Relações étnico Raciais a partir do patrimônio cultural negro identificado.