Comunicação organizacional sobre diversidades: sentidos propostos por confederações patronais brasileiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rossato, Jean Felipe
Orientador(a): Baldissera, Rudimar
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/237998
Resumo: Com esta pesquisa, objetiva-se compreender como concepções de diversidades são discursivamente mobilizadas, no âmbito da organização comunicada das confederações patronais brasileiras, e revelam (im)potencialidades à existência das diferenças nos contextos empresariais contemporâneos. Para isso, a Análise de Discurso (PÊCHEUX, 1997; ORLANDI, 2009) foi empregada como fundamento teórico-epistêmico e, ainda, como principal procedimento metodológico. Com essa orientação, os capítulos teóricos versaram sobre a historicidade do discurso das diversidades (IANNI, 2001, SEMPRINI, 1999; SANTOS e NUNES, 2003), as noções de identidade e diferença (HALL, 2000; SILVA, 2000) e o entendimento de comunicação organizacional (BALDISSERA, 2009a). A pesquisa empírica consistiu na análise de textos sobre diversidades, publicados nos sites de três confederações patronais: Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária, Confederação Nacional da Indústria e Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Com a realização dos movimentos interpretativos, foi possível identificar que: a abordagem do tema se restringe a dar relevo aos impactos nos negócios, ocasionados por ações e pela legislação vigente, relativa à presença, nos ambientes organizacionais, de sujeitos pertencentes a grupos minorizados; a emergência das diversidades, como prática discursiva, na comunicação organizacional, assume caráter estratégico de autopromoção dessas confederações; consequentemente, a noção de diversidades assume lugar de valor periférico e/ou estratégico de mercado nessas organizações. Constatou-se, ainda, que, mais do que nomear determinadas identidades, o discurso organizacional prescreve existências possíveis (do ponto de vista da gestão) nos espaços laborais, através da construção discursiva de quadros de referência que demarcam atributos identitários a determinados grupos, orientam comportamentos de desejados e as posições que sujeitos podem ocupar no mercado de trabalho e na sociedade. Para produção dos efeitos de sentidos identificados na análise, evidenciou-se uma série de estratégias empregadas no discurso, tal como: uso de dados que superdimensionam iniciativas de inclusão realizadas por confederações e o crescimento da presença de grupos minorizados em determinado setor econômico. Ademais, a partir da constatação da formação discursiva de Mercado e de seus efeitos na produção de sentidos, demonstrou-se como alguns enunciados produzidos por essas confederações se constituem em tensionamentos e lutas no discurso organizacional.