A construção narrativa da rua na seção Brasiliana da revista CartaCapital

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Horn, Maria Rita Berta
Orientador(a): Golin, Cida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/159176
Resumo: Esta dissertação investigou como a rua é construída narrativamente na seção Brasiliana de CartaCapital. A pesquisa parte do pressuposto de que a narrativa jornalística é uma das formas de experimentação da realidade e de mediação com o mundo, perspectiva vinculada ao paradigma construcionista, que tem no jornalismo uma instância de construção social da realidade devido à forma como seu discurso foi historicamente institucionalizado. Além disso, considera a cidade como um texto, composto por outros menores, que pode ser lido e tecido por seus habitantes. O jornalismo é um dos mediadores do conhecimento sobre a cidade quando articula esses textos. Brasiliana oferece narrativas produzidas sobre diferentes pontos do Brasil, algumas vezes do exterior, mas com predominância de relatos ancorados na cidade de São Paulo. Fizemos uma análise flutuante de 742 textos produzidos semanalmente entre 2001 e 2016 para chegarmos ao recorte de 11 narrativas sobre ruas e, assim, tecermos considerações sobre as inter-relações entre jornalismo e cidade. O estudo objetivou responder sobre os percursos na rua traçados pelo jornalista-narrador, as personagens e os conflitos que compõem as narrativas e as estratégias de figuração adotadas pelo jornalista-narrador, de forma a vislumbrar a construção narrativa da rua na seção. Utilizamos o método de análise da narrativa como proposto por Motta (2013) para estudos em jornalismo, ancorado nas teorias narrativas de Ricoeur (1994), Genette (1995) e Culler (1999). Nessas narrativas jornalísticas, revelaram-se ruas polifônicas, locais onde diferentes vozes sociais interagem, do que resultam conflitos socioeconômicos e religiosos – vias que acabam por refletir a condição da cidade como um espaço produtor de diferenças. Os resultados indicam que, pela presença de um jornalista-narrador que percorre ruas, encontra personagens e é capaz de descrever os espaços onde os habitantes se relacionam e as cenas que expõem seus conflitos, as Brasilianas são um exemplo de fazer jornalístico mais plural sobre a cidade.