Avaliação da comunicação não-verbal em pacientes com doença de parkinson : reconhecimento da emoção de faces, gestos e prosódia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Silva, Mariana Feller Gonçalves da
Orientador(a): Rieder, Carlos Roberto de Mello
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/35018
Resumo: O reconhecimento do estado emocional das pessoas é elemento básico para o funcionamento emocional e fundamental para o comportamento social. Na DP, esta função está prejudicada e é pouco comentada. Pesquisas sobre o assunto, na DP, descrevem somente alterações no reconhecimento de expressões faciais e prosódia. O objetivo desta pesquisa foi avaliar o reconhecimento da prosódia emocional e de expressões faciais e corporais, com e sem a influência de diferentes níveis da comunicação não-verbal (gestos corporais, entonação de voz e expressões faciais) na DP. Para estes fins, trinta e três pacientes com DP e quarenta controles sem complicações neurológicas foram estudados. O reconhecimento da prosódia emocional foi testada com 10 gravações em audio, com conteúdo afetivo neutro, que foram lidas com fortes expressões afetivas (alegria, tristeza, raiva e nojo). O reconhecimento de face e corpo foi testado com 20 fotos (10 homens e 10 mulheres) e 10 vídeos, respectivamente. Nesta primeira parte da testagem, deveriam ser reconhecidas cinco emoções: alegria, tristeza, raiva, medo e nojo. Para avaliar o efeito da interferência de diferentes formas da comunicação não-verbal na percepção de emoções, apresentamos faces e corpos mistos, congruentes (com as mesmas emoções na face e no corpo) e incongruentes (emoção corporal diferente da facial), através das quais os sujeitos da pesquisa tiveram que reconhecer três emoções: raiva, medo e alegria. Os individuos foram controlados quanto escolaridade, sintomas de depressão pelo inventário de depressão de Beck (BDI), funções cognitivas pelo mini exame do estado mental (MEEM), estágio da doença pela escala de Hoehn and Yahr (HY), atividades de vida diaria de Schwab and England (S&E) e grau de incapacidade funcional pela unified Parkinson´s disease rating scale (UPDRS). Em nossos achados, os pacientes com DP tiveram prejuízo no reconhecimento de emoções negativas para as tarefas de reconhecimento de emoções corporais isoladas, em relação ao controle (p<0,05). A congruência na tarefa de identificação da linguagem corporal com interferência de expressões emocionais faciais parece ajudar o grupo controle no reconhecimento, mas não altera o desempenho do grupo com DP. No escore total para cada uma das três tarefas propostas (com faces, prosódia e faces combinadas com corpos), a diferença entre grupo controle e DP foi nítida, demonstrando comprometimento dos pacientes para o reconhecimento emocional. Achados novos foram descritos para reconhecimento de faces isoladas e, pela primeira vez, em um estudo com DP, foi possível analisar a influência positiva de corpos congruentes e negativa de expressões corporais incongruentes no desempenho dos sujeitos com DP. Os achados para congruência e incongruência das tarefas com reconhecimento de emoções no corpo e na face, demonstram a importante função do corpo na comunicação não-verbal.