Resumo: |
Introdução: A articulação da fala é um dos aspectos fonoaudiológicos mais comprometidos na doença de Parkinson (DP). Pacientes com DP apresentam risco de manifestar apraxia não verbal e verbal. A apraxia não verbal ocorre quando há um déficit na habilidade de sequencialização dos movimentos voluntários não verbais da língua, lábios, mandíbula e outras estruturas orofaciais associadas, e a apraxia verbal é definida como um déficit na habilidade de sequencializar os controles motores necessários para o posicionamento correto dos articuladores durante a produção voluntária da fala. A prevalência com que apraxia da fala ocorre na DP não está bem estabelecida, sendo um distúrbio pouco explorado nesses pacientes. É um estudo inédito, até onde temos conhecimento, quanto à identificação dos erros práxicos verbais na DP. Objetivo: avaliar a prevalência da praxia não verbal e verbal em pacientes com doença de Parkinson, correlacionandoas com idade, escolaridade, tempo de doença e estadiamento da DP (Hoehn e Yahr), assim como correlacionar a apraxia não verbal com a apraxia verbal e identificar os erros práxicos verbais. Método: Estudo quantitativo, observacional, descritivo e de prevalência. Foram avaliados 45 pacientes acometidos pela DP, que realizaram seguimento clínico no ambulatório de Distúrbios do Movimento do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Brasil, através da aplicação do Protocolo de Avaliação da Apraxia da Fala, e o estadiamento da DP foi controlado através da escala de Hoehn e Yahr (H&Y). Resultados: A prevalência de apraxia não verbal e verbal nos pacientes com DP foi de 24,4%. Não houve significância entre apraxia não verbal com idade, escolaridade, tempo de doença, estadiamento da DP (H&Y) e gênero. A correlação entre apraxia verbal e escolaridade foi significante (p≤0,05), mas não houve significância com idade, tempo de doença, estadiamento da DP (H&Y) e gênero. Os tipos de erros práxicos verbais mais frequentes foram as omissões (70,8%). Quanto ao ponto e modo articulatório os fonemas mais alterados foram os dentoalveolares (92%) e os vibrantes (57,7%), consecutivamente. Conclusão: Os pacientes com DP apresentaram apraxia não verbal e verbal com manifestação de muitos erros práxicos verbais, estando a apraxia verbal correlacionada com a escolaridade. |
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