Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Barone, Luciana Rodríguez |
Orientador(a): |
Fonseca, Tania Mara Galli |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/40237
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Resumo: |
Nesta pesquisa, temos o objetivo de problematizar a clínica e o corpo no hospital, especificamente na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. A partir da experiência clínica como psicóloga em um hospital da mulher, fomos percorrendo as instituições e afetos presentes nesse espaço. Primeiramente, resgatamos a história do hospital, e da clínica, em sua configuração moderna e contemporânea enquanto tecnologia de cura, guiada pela medicina e permeada pela organização disciplinar. Neste espaço, vemos emergir um corpo orgânico e individualizado, a ser olhado e manipulado. Também retomamos as constituições da infância e da família neste período, no qual o bebê se torna alvo de cuidados e a família, instrumento de aperfeiçoamento do biopoder. Surgem, neste contexto, os sentimentos de infância e familiais, assim como a maternidade como forma de cuidado primeira e única, reafirmando as subjetividades privatizadas e intimistas. A partir da interface entre essas duas instituições, hospital e família, vamos percebendo esses aperfeiçoamentos da biopolítica nos modos de cuidar e curar na UTI Neonatal. No encontro com as tecnologias avançadas e as políticas de humanização, evidenciamos o paradoxo que se coloca no ato de produzir padrões de saúde e, concomitantemente, acolher as singularidades dos encontros cotidianos num espaço que se dedica a salvar vidas recém-chegadas e já atravessadas pelo risco de dissolução, prematuras. Assim, o que nos interroga nesta pesquisa é como se dão as linhas de fuga, rupturas desses modos homogeneizantes e generalizantes de produzir saúde no hospital. A pergunta é sobre a potência do corpo e da clínica diante das institucionalizações e significações estabelecidas. Apesar do apacientamento e das modelizações, constroem-se estratégias microscópicas singulares de escapar, de questionar e de produzir outros modos de vida, a partir das inquietações sentidas no corpo. Para tanto, afirmamos uma metodologia que toma o corpo e seus afetos como impulsionadores da produção de conhecimento. Corpo e pensamento se juntam para construir uma cartografia dos processos clínicos na UTI Neonatal, resgatando a sensibilidade higienizada pela racionalidade e o plano da expressão, da produção de sentidos. Através de fragmentos de diários de campo, colocamos em análise o modo como se dão os encontros neste espaço, tentando acompanhar e criar linhas de fuga e diferenciação. Neste trajeto, fomos percebendo que os encontros com o bebê prematuro, fragilizado e miniaturizado despertava em nós profissionais e familiares um sentimento de infância, resgate do plano de sensibilidade apacientado na forma adulto-homem. Assim, abriam-se brechas para o inesperado, não calculado, mesmo que muitos investimentos de salvar e expectativas de formar um adulto promissor se voltassem para esse bebê. A partir, então, destes afetos, nos conectávamos com nossas próprias fragilidades enquanto clínicos não sabedores, pais insuficientes ou bebês não funcionais, adentrando um plano comum de composição múltiplo e impessoal, e resgatando nossa própria infinitude e coletividade constitutivas. Deixando passar tais intensidades advindas desses encontros fissurados, fomos acompanhando algumas possibilidades minúsculas de reinvenção e composição de uma clínica que não busca se afirmar como uma nova identidade e se quer minúscula em contraposição às grandezas do hospital, da ciência e das políticas. Logo, afirmamos uma ética que se faz a cada novo encontro, singular e imanente. Tal ética da vida e da clínica abre espaço para valorização de uma vida intensiva, e não somente orgânica, a ser preservada, potencializada e expandida. |