A dimensão político-pedagógica do Serviço Social nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, no Estado do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cezar, Camile Alves
Orientador(a): Lewgoy, Alzira Maria Baptista
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/216266
Resumo: Esta dissertação objetiva apresentar como se constitui e se expressa a dimensão políticopedagógica do trabalho dos assistentes sociais nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia – IFs a partir da supervisão de estágio em Serviço Social. As reflexões teóricas e empíricas ocorreram mediante a realização da pesquisa no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), Farroupilha (IFFAR) e Sul-rio-grandense (IFSUL). Buscou-se, através da área da educação profissional, enfatizar a sua importância para o acesso ao direito à educação pela classe trabalhadora, através da expansão da Rede Federal de ensino e conformação da Política de Assistência Estudantil. Analisou-se as demandas institucionais e requisições profissionais para o Serviço Social nos IFs, buscando evidenciar a dimensão políticopedagógica do trabalho profissional. Este espaço sócio-ocupacional se constitui um campo de mediações, que se tornam tanto mais complexas, quanto maior for a quantidade de determinações histórico-sociais, constitutivas do seu tecido social, visto que a educação não é um campo neutro, é um campo em que se disputam interesses de natureza diversa e antagônica. No desenho da pesquisa, identificou-se que a expansão dos Institutos e a nova forma de acesso à educação pública possibilitam o ingresso de estudantes com perfis socioeconômico, político, cultural e ideológico diferenciados, nas diferentes modalidades e níveis de ensino, a partir das ações afirmativas formalizadas pela Lei nº 12.711/2012. Diante deste cenário e das demandas apontadas pelo Movimento estudantil e de trabalhadores da educação no que diz respeito às necessidades dos estudantes das Instituições Federais de Ensino, foi criado o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), via Decreto nº 7.234, de 19 de julho de 2010 (BRASIL, 2010). Nesse Programa, prioritariamente, os assistentes sociais desenvolvem suas atividades profissionais. Assim, procurou-se conhecer os aspectos constitutivos e singulares do trabalho dos assistentes sociais no espaço sócioocupacional dos Institutos, considerando que estes aspectos compõem o processo de supervisão de estágio de campo, atividade que se configura espaço de mediações entre a formação e o trabalho profissional, bem como, desafia aos profissionais a articulação de forma mais contundente das dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico– operativa. A investigação envolveu um universo de 14 assistentes sociais distribuídos entre os campi e as Reitorias. Adotou-se uma abordagem teórico-metodológica orientada pelo método dialético crítico, cujas categorias trabalho, historicidade, totalidade, contradição e mediação foram utilizadas para o desenvolvimento da pesquisa através de um enfoque qualitativo na perspectiva de Minayo. Evidenciou-se, neste estudo, que a dimensão político-pedagógica se constitui no cotidiano profissional, na relação com os estudantes, nas relações institucionais com outros profissionais e nas ações de gestão da Política de educação profissional e de Assistência Estudantil. Concluiu-se que a dimensão político-pedagógica do trabalho do assistente social se expressa na supervisão de estágio de campo, no processo de ensino-aprendizagem ao reconhecer e refletir supervisor e estudantes sobre a realidade profissional desse espaço sócio-ocupacional no âmbito da política de educação; no reconhecimento dos limites e das potencialidade das respostas profissionais ao enfrentamento da questão social, no sentido de avançar na construção do projeto profissional, na perspectiva de uma educação emancipadora. Sendo assim, compreende-se que a supervisão direta de estágio em Serviço Social deve ser potencializada no espaço sócio-ocupacional e garantida pela Universidade, articulada por meio da participação política e organizativa dos órgãos de representação da categoria.