Conversações cinematográficas no deslimite do verbal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Macedo, Lennon Pereira
Orientador(a): Leites, Bruno Bueno Pinto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/279804
Resumo: Esta pesquisa objetiva construir um conceito de conversação cinematográfica. Tal construção configura relações semióticas entre ideias teóricas e ideias cinematográficas que se traduzem como componentes do conceito. A conversação expressa uma transversalidade que corre entre distintas perspectivas sobre a fala cinematográfica e seus desdobramentos, em especial: o construtivismo pós-estruturalista de Gilles Deleuze e Félix Guattari, a intersemiótica concretista de Haroldo de Campos e Décio Pignatari, a filosofia da comunicação de Georges Bataille e o cinema do deslimite de Julio Bressane. O perspectivismo próprio à conversação se efetua na distribuição das ideias teóricas e cinematográficas em séries heterogêneas, criando campos problemáticos por onde o conceito se movimenta e gera os seus componentes. Há, portanto, inscrição de problemas semióticos que diferenciam a conversação de uma noção codificada de conversa, promovendo nas séries um conjunto de críticas à linguagem, à identidade, à narrativa, ao consenso e à opinião. Assumindo a perspectiva do devir, o conceito alia-se, então, a outros modos de pensar a conversação expressos pelos conceitos de deslimite, de imagemtempo, de ato de fala, de iconização, de monólogo variável e de comunicação erótica. Dentre as ideias cinematográficas, foram selecionados blocos de sensação que remetem aos seguintes filmes, todos dirigidos por Bressane: A família do barulho (1970), O gigante da América (1978), Tabu (1982), Brás Cubas (1985), Sermões: A história de Antônio Vieira (1989), O mandarim (1995), Filme de amor (2003) e Cleópatra (2007). Por fim, são propostas sínteses finais, nas quais caracterizamos a conversação como a outridade da conversa e do diálogo no cinema, e também enumeramos sete enunciados que apontam para os movimentos do conceito nas séries e entre as séries, evidenciando sínteses conectivas, conjuntivas e disjuntivas. A conversação cinematográfica é: 1) um deslimite verbivocovisual; 2) uma crítica do consenso e da opinião; 3) uma imagemtempo da conversa; 4) um devir icônico da linguagem verbal; 5) uma perturbação da unidade do sujeito conversante; 6) uma linha de fuga do encadeamento narrativo; e 7) uma co-presença de forças caóticas e forças cósmicas.