Da busca de certezas à aceitação da dúvida : uma colaboração do ensino da geografia com a psicanálise e educação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Costa, Felipe Velho Azevedo
Orientador(a): Kaercher, Nestor André
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/200037
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo construir uma noção acerca da forma que os professores marcam os alunos e se tornam significativos para eles. Trata-se de uma investigação de mim mesmo em convívio com os outros e de inspiração psicanalítica. Considerar que a educação, independente do componente curricular, é uma tarefa fundamentalmente relacional aponta para a gestão da sala de aula como objeto a ser refletido. Isso porque a principal queixa que encontrei de professores não se relaciona com a dificuldade de aprender determinados conteúdos, mas com manifestações e gestos que esvaziam nossa autoridade. Nesse sentido, a mera renovação metodológica parece pouco efetiva. Apreendi a partir da minha experiência como professor sobre a importância da subjetividade docente, então viso também aportar ideias para a discussão da formação de professores na linha de Ensino de Geografia da UFRGS. Para tanto, este trabalho traz uma abordagem de educação pela visada psicanalítica, que leva em conta os alunos enquanto sujeitos e que enxerga como imponderável a afetação (no sentido dos afetos) e os resultados que se produzem em um encontro sujeito-sujeito. A escolha do instrumento de rodas de conversas livres com questões semi-estruturadas configurou parte da metodologia. A partir dessas escutas que fiz com alunos adolescentes de 4 escolas de Porto Alegre/RS sobre as marcas que eles tem, sobre aulas e professores significativos, discute-se o conceito de transferência enquanto o campo afetivo que se abre na relação professor-aluno e que permite que o professor seja escutado desde um lugar privilegiado e que propicia melhores condições de aprender. Características como “bom-humor”, “humildade”, “gentileza” e “carisma” foram levantadas como primordiais para o fazer docente a partir da fala dos alunos. Considerando as transformações do sujeito professor como constituintes do processo de formação para além da titulação inicial, a responsabilização é parte importante para reconhecer a centralidade do seu saber em uma aula.