Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Araujo, Luiz Guilherme Lucho de |
Orientador(a): |
Eichler, Marcelo Leandro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/253123
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Resumo: |
A indiferença epistêmica apresentada na teoria dos vícios por Quassim Cassam é uma alternativa que pode justificar algumas posturas adotadas pelas pessoas diante do conhecimento produzido ao longo da história da ciência. Por mais que a ciência não pretenda apresentar verdades absolutas, suas etapas e métodos buscam avaliar com rigor suas decisões e ações diante dos fatos da realidade. Não é de hoje que convivemos com movimentos negacionistas e com diversas teorias da conspiração, que surgem e se modificam ao longo do tempo, porém, com a infodemia possibilitada pelo avanço tecnológico recente, a disseminação de informações falsas e mal-intencionadas teve uma crescente considerável. De ideias um tanto quanto inofensivas como a discussão acerca do formato da terra, até a negação da vacina da Covid-19, o Brasil e o mundo passam por um período caótico e perturbador. As posturas de líderes políticos e de parte da população impulsionou a morte de diversas pessoas simplesmente pelo fato de não aceitar as propostas que eram direcionadas por órgãos como a Organização Mundial da Saúde, entre outros, contribuindo assim com um cenário que potencializou os impactos da pandemia e gerou um número de mortes significativo. Para além, a indiferença epistêmica é capaz de causar obstáculos para o processo educacional, sobretudo no ensino de ciências, que tem como um dos princípios formar estudantes críticos e capazes de verificar conceitos científicos e processos, possibilitando uma melhor distinção entre informações reais e falsas. As chamadas Fake News, tem a capacidade de difundir falsos pressupostos, além de criar obstáculos e fomentar na sociedade que um dia foi chamada de sociedade da informação, uma atitude de indiferença, campo evidenciado na sociedade da ignorância. Outro fator investigado neste trabalho, é a manifestação do cientificismo nessa sociedade, o cientificismo bizarro, que não passa pelo rigor nem pelos critérios estabelecidos após anos de investigação e modificação, simplesmente se apresenta como uma cópia bizarra e perigosa que encanta aqueles que necessitam reafirmar hipóteses infundadas e propor meios desconectados da realidade, em suma, apresentam soluções fáceis para problemas complexos. Encontrar alternativas para preparar a população diante da sociedade da ignorância, cada vez mais conectada e capaz de produzir desinformação em proporções nunca vistas, é um desafio e tanto. No cenário educacional brasileiro, que já sofre com diversas sanções nos últimos anos, a manifestação dos vícios epistêmicos agrava o processo de aprendizagem, pois os obstáculos impedem a comunicação clara entre professores e alunos, gerando uma falta de conexão entre as discussões da escola e o aprendizado nas redes. Diante da exposição sobre os vícios epistêmicos, em especial da indiferença epistêmica, podemos propor o letramento científico como uma alternativa diante dos diversos obstáculos, que surgem a partir das posturas viciosas, identificadas em períodos tão conturbados, seja no negacionismo clássico, na infodemia, na cibercultura ou mais recentemente em períodos como a pandemia da Covid-19. |