Socialização acadêmica e trajetórias estudantis : inclinações sociológicas de estudantes no contexto da expansão universitária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Soares, Guilherme de Oliveira
Orientador(a): Caregnato, Célia Elizabete
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/264335
Resumo: O tema da presente pesquisa tem como cenário a ampliação do acesso ao ensino superior com atenção especial sobre trajetórias estudantis no curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A investigação focaliza processos de socialização acadêmica de três estudantes de graduação em Ciências Sociais, sendo dois deles enquadrados na categoria de novos públicos estudantis enquanto o terceiro é associado à noção de herdeiro, nos termos de Pierre Bourdieu. Trabalhamos com a ideia de socialização acadêmica, entendida como processo de socialização científica e de outras experiências duradouras de socialização em ambientes universitários como, por exemplo, experiências culturais, políticas, identitárias, etc., as quais contribuem para o desenvolvimento de vários tipos de aprendizados e também de experiências de desacomodação em suas formas de agir, de crer e de pensar postas até então. A ideia de socialização científica neste caso está relacionada principalmente com o exercício de práticas reflexivas sobre a realidade social. Nesse sentido, a sociologia disposicional de Bernard Lahire é adotada como método que permite identificar e compreender os traços disposicionais dos estudantes em suas trajetórias educacionais. A análise apoiou-se também no modelo de divisão do trabalho sociológico de Michael Burawoy, o qual propõe a distinção de quatro estilos de sociologia: profissional, crítica, aplicada e pública. Tendo como hipótese central a ideia de que novos públicos se inclinam para uma sociologia pública (ativista ou extra-acadêmica), o estudo mostra que, nos casos estudados, foram evidenciados elementos contrários à confirmação da hipótese. Os estudantes identificados por nós com característica de não herdeiros apresentam, de forma recorrente, preocupação e defesa da legitimação da Sociologia dentro do campo acadêmico, por meio da valorização do método científico rigoroso e do conhecimento erudito. Os casos estudados mostram que os processos de reflexividade e de relação como conhecimento sociológico, durante a socialização acadêmica no curso de Ciências Sociais, fortalecem mais a perspectiva de incorporação e valorização de conhecimentos clássicos com metodologia rigorosa, questões balizadoras e arcabouços conceituais reconhecidas no campo do que o seu questionamento. Portanto, afirma-se que ocorre a valorização da sociologia profissional frente à sociologia pública nos estudantes reconhecidos como novos públicos enquanto o estudante considerado como herdeiro de capital cultural defende a sociologia como uma ferramenta de transformação social, ou seja, uma sociologia pública.