Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Prevedello, Tatiana |
Orientador(a): |
Bordini, Maria da Glória |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/114423
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Resumo: |
O projeto literário de António Lobo Antunes engloba, entre as muitas peculiaridades de sua técnica romanesca, a produção de sentidos ficcionais que questionam a linearidade temporal, o significado do «eu» e os múltiplos planos memorialísticos, incluído suas patologias e limitações. O estilhaçar das alteridades dos sujeitos ficcionais se expressa em uma textualidade ambígua, consoante às mais recentes visões formuladas sobre a identidade humana, a qual se revela fragmentada e em contínuas reformulações. O propósito do estudo é analisar, nos romances Eu hei-de amar uma pedra e Ontem não te vi em Babilónia, a forma como a organização do tempo, as concepções de sujeito, o trabalho de representação da memória e as estratégias de esquecimento estão articulados nesses textos. Os romances, objetos de nosso estudo, são colocados em um plano plural e ambivalente, pois veiculam um discurso que revela a degradação e as ruínas morais das personagens, a flagelação do indivíduo, em suas íntimas peculiaridades, frente às angústias da existência. No âmbito interpretativo são consideradas as formulações hermenêuticas de Paul Ricoeur, explanadas, sobretudo, em Tempo e narrativa, O si-mesmo como um outro e A história, a memória e o esquecimento. O filósofo considera que a imaginação exerce um papel decisivo na elaboração da identidade narrativa que, como demonstra a escrita antuniana, não se apresenta em um quadro estável. Portanto, sob a tríade dos elementos tempo, identidade e memória, interpretados como instáveis, múltiplos e contraditórios, é investigado como as personagens ficcionais apresentam, nas projeções de suas lembranças e esquecimentos, a expressão de sofrimentos e traumas. Tais elementos, capazes de reelaborar o passado no presente da narrativa, acionam recursos da imaginação e da liberdade ficcional em histórias que se ocupam em indagar as estratégias e limites da criação literária. |