Convivendo com seres encantados : Encontros e percursos da encantaria de Rei Sabá em São João de Pirabas, Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Veras, Hermes de Sousa
Orientador(a): Giumbelli, Emerson Alessandro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/262278
Resumo: Essa tese é sobre os desdobramentos da convivência entre pessoas e seres encantados nas religiões afro-brasileiras e da encantaria em São João de Pirabas, Pará, Amazônia. A pesquisa de campo que fundamenta essa pesquisa aconteceu entre os anos de 2018 e 2020, na cidade do salgado paraense, junto a terreiros e pessoas que traçam o percurso da encantaria na região. Para acompanhar as múltiplas relações de convivência entre pessoas e seres encantados, houve a participação nas festas e festejos organizados em Pirabas, principalmente o festejo para Rei Sabá, que acontece todo 20 de janeiro. Rei Sabá, ou Rei Sebastião, é o principal encantado de Pirabas, possui uma pedra encantada na Ilha da Fortaleza, onde foram instaladas, ao seu redor, imagens de Tóia Jarina, Cabocla Mariana, Caboclo Zé Raimundo e Iemanjá. Para além desse assentamento-monumento, segundo os terreiros, Rei Sabá possui relações estreitas com três encantadas: as já citadas Cabocla Mariana e Tóia Jarina, e a Cabocla Herondina. Esses seres encantados ganharam centralidade na pesquisa, ao surgirem nos terreiros, demandando ações e protegendo filhas e filhos de santo, enfim, participando ativamente em suas vidas. Dada a centralidade de Rei Sabá para as religiões afro-brasileiras e a encantaria em Pirabas, o argumento central da tese é de que conviver com o encantado é traçar uma política cósmica. Assim, a encantaria manifestada em territórios, assentamentos-monumentos, seres e corpos, mobiliza e constitui a vida das pessoas em Pirabas. A possibilidade de ser encantado ou atravessado pela encantaria é uma iminência que constrói a vida cotidiana e dá o ritmo anual da vida das pessoas que fazem parte desse percurso.