Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Souza, Samir Kahl de |
Orientador(a): |
Silva, Roselis Silveira Martins da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/213694
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Resumo: |
A stanniocalcina (STC) é um hormônio glicoproteico descoberto em peixes e posteriormente detectado em mamíferos. As isoformas STC-1 e STC 2 são expressas em distintos órgãos de mamíferos como fígado e rins, sugerindo importante contribuição fisiológica destes hormônios. No jejum, com níveis de glicogênio diminuídos, a gliconeogênese hepática e renal contribuem para a manutenção dos níveis plasmáticos de glicose. O objetivo deste trabalho foi estudar o papel dos hormônios STC-1 e STC-2 humanos (hSTCs) sobre o metabolismo da glicose e do lactato no tecido hepático e renal de ratos alimentados e em jejum; determinar a capacidade da hSTC-1 de modular o sinal de adenosina 3',5'-monofosfato cíclico (cAMP) sobre a atividade gliconeogênica renal. Métodos: Ratos Wistar machos adultos (n = 120) divididos em dois grupos: 1) alimentados, que receberam água e dieta padrão para roedores ad libitum; 2) em jejum de 24h para o estudo no fígado ou 48h para o estudo no rim. Os animais foram eutanasiados por decapitação, o sangue troncular coletado, fígado e rins excisados e fatiados para os experimentos in vitro. As fatias de fígado, de córtex e de medula renal do grupo controle foram incubados com Krebs Ringer Bicarbonato (KRB) pH 7,4 ou Krebs Ringer Henseleit (KRH) pH 7,4, respectivamente, sem hSTCs. As fatias de fígado foram incubadas na presença de hSTC-1 e de hSTC-2 nas concentrações de 3,86pM e 38,6pM.Foram avaliadas no tecido hepático a atividade gliconeogênica, a partir de 14C-alanina e de 14C-lactato, a oxidação da 14C-glicose, a concentração de glicogênio, a síntese de glicogênio a partir de 14C-glicose, as expressões dos genes Pck1, Stc1 e Stc2. No córtex e na medula renal foram avaliados os efeitos da hSTC-1, nas concentrações de 0,386pM; 3,86pM; 386pM e 3860pM, sobre atividade gliconeogênica e oxidação do 14C-lactato, assim como a expressão do gene Pck1. Foi determinado o papel da hSTC-1 sobre a modulação do sinal estimulador do cAMP sobre a gliconeogênese renal de ratos alimentados. Os dados foram expressos como a média ± erro padrão da média e a análise estatística foi realizada de acordo com os testes de normalidade de Kolmogorov-Smirnoff. ANOVA de uma ou duas vias foi utilizada para determinar as diferenças significativas. Dados sorológicos e de expressão gênica foram analisados com teste t de Student. As diferenças foram significativas quando P<0,05. O presente estudo foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais da UFRGS sob o número de 29392. Resultados: Fígado- No estado alimentado foi detectada a presença de Stc1; após jejum de 24h, as expressões dos genes da Stc1 e da Stc2 aumentaram (P<0,05) no fígado. No estado alimentado, a síntese de 14C-glicose a partir de 14C-alanina diminuiu com 38,6pM de hSTC-2 e foi acompanhada de redução na expressão da Pck1 com 3,86 e 38,6pM de hSTC-2. Após o jejum de 24h, 38,6pM de hSTC-1 estimulou a gliconeogênese a partir de 14C-lactato. Igualmente, 3,86 e 38,6pM de hSTC-2 elevaram a atividade gliconeogênica a partir de 14C-lactato no fígado de ratos jejuados. O aumento na expressão de Pck1 ocorreu apenas na presença de 3,86pM. As hSTCs, nas concentrações utilizadas não alteraram a capacidade de oxidação da 14C-glicose, a concentração de glicogênio e sua síntese a partir de 14C glicose no fígado de ratos alimentos ou jejuados (24h). Rim- No córtex renal de ratos alimentados somente 3860pM de hSTC-1 aumentou (P<0,05) a capacidade gliconeogênica a partir de 14C-lactato e a expressão (P<0,05) do Pck1. Além disso, 0,386pM de hSTC-1 estimulou (P<0,05) a oxidação de 14C lactato. No córtex renal de ratos em jejum (48h) a hSTC-1 nas concentrações utilizadas não modificaram a atividade gliconeogênica nem a oxidação de 14C lactato. A hSTC-1 não alterou a atividade gliconeogênica ou a oxidação a partir de 14C-lactato na medula renal de ratos alimentados. No jejum (48h), 3,86pM de hSTC-1 aumentou (P<0,05) a atividade gliconeogênica na medula renal a partir de 14C-lactato, mas não aumentou (P>0,05) a expressão da Pck1 nem a oxidação de 14C-lactato. A atividade gliconeogênica no córtex renal de ratos alimentados aumentou 50% (P<0,05) com 25µM de forskolin (FK) mais 2mM de 3-isobutil-1-metilxantina (IBMX), mas 3,86pM de hSTC-1 inibiu (P<0,05) este aumento. Tanto no córtex quanto na medula renal FK mais IBMX reduziram a oxidação de 14C-lactato, porém a hSTC-1 não alterou esse resultado. Conclusão: O presente trabalho demonstra a participação das hSTC-1 e hSTC-2 na regulação da atividade gliconeogênica a partir de 14C-lactato e de 14C-alanina no fígado de ratos alimentados e em jejum de 24h. Os resultados deste estudo mostram que a hSTC-1 regula o metabolismo do lactato no rim (córtex e medula) de ratos alimentados e em jejum de 48h. Além disso, os dados mostram que a hSTC-1 interfere na sinalização intracelular da via gliconeogênica mediada pelo cAMP no córtex renal. |