Reconstrução da vegetação nos campos arbustivos de São Gabriel, RS, durante o Holoceno tardio : interpretações palinológicas calibradas por meio de análogos modernos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Macedo, Renato Backes
Orientador(a): Souza, Paulo Alves de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/247753
Resumo: Com o objetivo de reconstruir a história da vegetação nos campos arbustivos de São Gabriel, Rio Grande do Sul (RS), durante o Holoceno Tardio, a partir de análises palinológicas, foram selecionadas duas sequências sedimentares nas cabeceiras do Arroio do Salso: CAS-1 (30°34'57,40" S; 54°01'08,45" O) e CAS-2 (30°34'32,64" S; 53°59'39,96" O). Os conjuntos polínicos fósseis foram interpretados por meio de análogos modernos (relação entre o pólen e a vegetação atual), em escala local, a fim de aumentar a fidelidade dessas reconstruções. Os resultados permitiram avaliar os câmbios da vegetação nesses campos arbustivos desde 3.900 anos cal. A.P. Entre ca. 3.900 e 2.000 anos cal. A.P. os campos já eram dominantes na paisagem local, porém a estrutura das comunidades arbóreo-arbustivas (matas de galeria e capões de mato) era distinta da moderna, possivelmente menos densa. Este cenário se estendeu entre ca. 2.000 e 1.000 anos cal. A.P., mas neste momento os conjuntos polínicos fósseis mostraram-se análogos aos campos rupestres e secos atuais. Nos últimos 1.000 anos cal. A.P. houve um balanço hídrico positivo nesta zona de cabeceiras, já que a calibração das associações polínicas fósseis se tornou análoga aos campos úmidos e brejosos. Embora não evidenciada uma analogia entre os conjuntos polínicos fósseis com as comunidades das matas de galeria e dos capões de mato, existem indícios da expansão dos táxons arbóreo-arbustivos mesófilos-subxerófilos nesses campos arbustivos desde ca. 1.000 anos cal. A.P., inferidos com base na dispersão polínica moderna. Estes representantes arbóreo-arbustivos se desenvolveram progressivamente nesta localidade até atingir a fitofisionomia atual, em torno de 200 anos cal. A.P. Este câmbio na vegetação iniciado em torno de 1.000 anos cal. A.P. ocorreu em resposta às condições de maior umidade nesta zona de cabeceiras, que corresponde aproximadamente às maiores precipitações assinaladas para a região dos Campos. Esta Tese é pioneira nesse tema para os Campos do RS, tendo em vista o uso de análogos modernos para a interpretação das associações palinológicas fósseis.