Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Schmidt, Isabela Degani |
Orientador(a): |
Guerra-Sommer, Margot |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/115526
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Resumo: |
Está demonstrado em plantas atuais que níveis atmosféricos de CO2 e frequência estomática estão inversamente correlacionados. A utilização de dados estomáticos na calibração das curvas de CO2 paleoatmosférico do Fanerozoico tem sido eficiente não apenas para o Cenozoico, mas também apresenta excelente correspondência desde o Eodevoniano. Cutículas de glossopterídeas provenientes das jazidas de carvão de Faxinal (RS) e Figueira (PR), incluídas em níveis estratigráficos distintos da Formação Rio Bonito (Sakmariano e Artinskiano respectivamente), viabilizaram análises para floras desenvolvidas sob a vigência de megaciclo icehouse. Cabe ressaltar que o uso de glossopterídeas, classificadas dentro do grupo extinto das Pteridospermophyta, esbarra na impossibilidade de se estabelecer um equivalente ecológico atual, dada a ausência de relações taxonômicas, estruturais e ecológicas com grupos viventes. Portanto, optou-se por uma abordagem proposta por outros autores como alternativa para diferentes grupos de pteridospermas, que consistiu em comparar entre si resultados de análises estomáticas na morfo-espécie Glossopteris communis Feistmantel procedente de distintos níveis associados a carvões na Bacia do Paraná. O objetivo geral do presente estudo foi estabelecer possíveis relações entre os padrões estomáticos calculados e flutuações nos teores de CO2 paleoatmosférico. A metodologia consistiu em resgatar mecanica e quimicamente as cutículas da rocha matriz, clareá-las em solução de Schulze e montá-las em lâminas de gelatina glicerinada para observação em microscopia de luz transmitida. A observação deu-se com auxílio de filtro de contraste por interferência diferencial e as contagens foram feitas com o auxílio de programa para análise de imagens. As técnicas de estudo compreenderam cálculos de densidade estomática (DE- número de estômatos por unidade de área da folha) e índice estomático (IE- percentual de estômatos sobre o total de células epidérmicas). Os resultados obtidos foram de DE média= 234,73 e IE médio= 15,7 para a jazida de Faxinal (Sakmariano) e de DE média= 284,14 e IE= 18,9 para a jazida de Figueira (Artinskiano). Esses valores enquadram-se dentro da curva global de CO2 atmosférico para o Fanerozoico (modelo GEOCARB). As frequências estomáticas mais baixas das folhas do Faxinal com relação àquelas de Figueira foram relacionadas a processo de reversão temporária da tendência global de baixos teores de CO2 atmosférico para a base do Permiano. Essa reversão é atribuída à provável influência de fatores paleoecológicos locais relativos à grande extensão das turfeiras na parte sul da bacia, responsável pela emissão em larga escala de gases-estufa. Além disso, a flora de Faxinal está preservada em uma camada de tonstein, registro de atividade vulcânica que poderia ter afetado os níveis de CO2. Por outro lado, as turfeiras de registro muito esparso ocorrentes no nordeste da bacia, em intervalo mais jovem, por sua pequena extensão e ausência de indícios de vulcanismo, não alteraram o padrão paleoatmosférico. Estudos focados no final do Paleozoico têm especial relevância porque, nesse intervalo vigoravam, nas diferentes paleolatitudes, condições ambientais análogas àquelas ocorrentes na atualidade, como a existência de calotas de gelo nos pólos e períodos de aquecimento global. |