Uso da dipirona durante a gestação e risco de anomalias congênitas : revisão sistemática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Curvello, Karine Duarte
Orientador(a): Dal Pizzol, Tatiane da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276981
Resumo: Introdução: A ocorrência de alterações no corpo materno durante a gestação pode gerar desconfortos, entre os quais a dor. Os analgésicos estão entre os medicamentos mais utilizados pelas gestantes, sendo relatado por até um terço das mulheres. Embora a dipirona esteja entre os medicamentos mais utilizados na América Latina, sua comercialização é proibida em países como Estados Unidos e Inglaterra, reduzindo a produção científica relacionada a este medicamento. Objetivos: Sintetizar evidências sobre a segurança do uso da dipirona por mulheres em qualquer trimestre da gestação, avaliando o risco de anomalias congênitas. Métodos: Bases de dados foram revisadas sistematicamente (MEDLINE/PubMed, EMBASE (Elsevier), Cochrane Library, CINAHL (EBSCO), Web of Science (Clarivate Analytics), Lilacs (BVS), SciELO, SCOPUS (Elsevier), OasisBR, OpenGray), até setembro de 2023, utilizando os termos dipirona e gestação. Foram incluídos estudos observacionais comparados que avaliaram a exposição pré-natal à dipirona e o desenvolvimento de qualquer tipo de anomalia congênita. A seleção dos estudos foi conduzida por dois revisores de forma independente e as discordâncias resolvidas por um terceiro revisor, utilizando o software Rayyan. O risco de viés dos estudos incluídos foi avaliado utilizando as ferramentas de avaliação do Joanna Briggs Institute para estudos observacionais. A síntese de dados foi apresentada de forma narrativa. Resultados: A pesquisa recuperou 2045 resultados; após o processo de triagem e elegibilidade, nove estudos foram incluídos na revisão. Os estudos incluídos foram publicados entre os anos 2000 e 2017, majoritariamente desenvolvidos na Hungria, sendo seis estudos de caso-controle e três estudos de coorte. Os tipos de anomalias congênitas avaliadas variaram entre os estudos, predominando anomalias congênitas não especificadas. Em um estudo de caso-controle foi verificada associação positiva entre exposição a dipirona e catarata congênita isolada quando comparado com controles [OR 2.97 IC95% (1.72 - 5.13)] e [OR 2.5 IC95% (1.5– 4.4)]. Em outro estudo, foi verificada associação positiva entre dipirona e anomalias congênitas não especificadas para um dos grupos controle avaliados [OR 1.3 IC95% (1.2; 1.5)]. Alto risco de viés foi identificado na totalidade dos estudos para o domínio que avalia a aferição do desfecho. Alto risco de viés foi identificado em 7 estudos para o domínio que avalia a identificação de fatores de confusão. Conclusão: Considerando as limitações dos estudos incluídos na revisão e a escassez de dados, não há evidências suficientes para definir o risco de anomalias congênitas associadas ao uso da dipirona durante a gestação. Registro: O protocolo desta revisão foi publicado na plataforma PROSPERO sob o número CRD 42022333041.