Do Hipócrates para o hipócrita : a formação do ator em tempos de mídia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Alcântara, Celina Nunes de
Orientador(a): Fischer, Rosa Maria Bueno
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/77828
Resumo: Esta dissertação busca pensar o conceito de formação no trabalho do ator a partir da relação com a mídia. Para tanto, discutem-se algumas idéias e conceitos que, na hipótese aqui defendida, têm referenciado e pautado um certo modo de mostrar-se como ator na atualidade. A análise - fundamentada em autores como Hannah Arendt, Jean-Jacques Roubine, Christopher Lasch, Guy Debord - centra-se em problematizar a idéia apriorística de talento; a busca pela fama (celebrização) como forma de avalizar o próprio trabalho; as formas de lidar com as relações entre público e privado; as transformações instauradas pela mudança na abordagem corporal ocorrida no século XX, bem como os conceitos de verdade, realidade, verossimilhança, catarse, mimese e simulacro, problematizados a partir da visão aristotélica configurada na tragédia clássica grega e da ruptura com esses conceitos, promovida pelo drama burguês realista do século XVIII. Estruturou-se também uma abordagem contemporânea para os conceitos de realidade, verdade e simulação, analisados na sua relação com os campos virtual e midiático, a partir de autores como Jean Baudrillard, Slavoj Zizek e Jurandir Freire Costa. Nesta pesquisa, foram recolhidos e analisados dados provenientes de materiais das revistas Tititi, Minha Novela e Isto é gente, bem como de entrevistas com atores, capturadas dos programas Video Show e Altas Horas, ambos da Rede Globo de Televisão. Para estudar o conceito de formação, além da análise mencionada e das questões suscitadas por textos de Jorge Larrosa, foram utilizadas duas diferentes formas de abordar a questão: uma, relacionada a exemplos pedagógicos encontrados na prática teatral, e outra, à proposição pedagógica da mídia, que resulta numa modalidade particular de formação para o ator. Por fim, propõe-se uma forma de pensar a formação, subsidiada pelo conceito de experiência, entendendo-o como aquilo que nos tornamos ao longa da vida; pela busca da autoria, como possibilidade de autorização que constituímos para nós mesmos e pela idéia de nascimento, como um outro começo, algo novo que se inaugura.