www.identidadesmusicaisjuvenis.com.br : um estudo de chats sobre música da Internet

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Garbin, Elisabete Maria
Orientador(a): Silveira, Rosa Maria Hessel
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/198792
Resumo: O objetivo principal deste estudo é delinear aspectos da constituição de identidades musicais juvenis através da análise de chats sobre música da Internet, tentando caracterizar as inter-relações entre essa emergente cultura e tais identidades. Para tal, busquei estudar como jovens - encontrados arbitrariamente nos chats destinados à música - mostram, entendem, investem neste ou naquele gênero musical, como buscam imitar seus astros, como se mostram como "fazedores/as de música", como se situam geograficamente num "tão longe tão perto" que se faz na Rede, e como emergem alguns traços de identidades de gênero, de etnia, na tentativa de entender a forma como tais gostos e disposições musicais contribuem para os processos de construção de suas identidades e quais são elas. O arcabouço teórico estruturou-se de várias matrizes, pelo fato da temática constituir-se numa espécie de tripé que reúne temas como Internet, Juventudes e Música, um terreno bastante novo no panorama acadêmico. Assim que Stuart Hall, Kathryn Woodward, Simon Frith, Néstor García Canclini, Norma Alicia Fatala, Mário Margulis e Marcelo Urresti, Roy Shuker, Hermano Vianna, Micael Herschmann, Douglas Kellner, entre outros/as, foram os principais autores/a trabalhados neste estudo. Quanto à abordagem metodológica, levando em conta o fato de que os Estudos Culturais não têm uma metodologia distinta, e a constroem em relação ao objeto de estudo, no caso desse estudo não me interessei por buscar "causas" nas conversas virtuais sobre música entre os/as jovens, mas partir de suas conversas e mostrar como elas refletem e simultaneamente operam na construção das suas identidades. Os dados trabalhados foram 112 chats gravados durante os anos de 1999, 2000 até janeiro de 2001, da sala de Música, da sala MTV, e sala Papo-Cabeça do site "Variados" do portal UOL e da sala de Música do site "Cult" do portal TERRA. O capítulo I aborda a Internet como um fenômeno presente em nossas vidas urbanas, profissionais, sociais, afetivas, etc. e, em especial, nas vidas dos/as jovens. Discuto nele a legitimidade de se falar em "comunidades" ao se tratar de relações estabelecidas através da rede e discorro sobre nicknames e a linguagem internáutica, fornecendo ferramentas para o entendimento básico do que seja e como funciona um chat na Internet. No capítulo II, trago pistas para a discussão atual de juventude, rediscutindo diversas formas de concebê-la, abordando suas tribos, suas preferências musicais, seus desafios, retomando a questão das "culturas juvenis". Discuto, ainda, a relação entre os conceitos de juventude, mercado, transgressão e, em especial, o consumo de música. O capítulo III aborda especificamente os gêneros musicais citados nos chats, delineando a história do rock e suas principais divisões, focalizando sua ligação com a indústria cultural e com o seu propalado caráter de contestação; trago, ainda, breve nota sobre o "pagode" como gênero musical. No capítulo IV, discuto algumas questões relacionadas à mídia, trazendo alguma notícia sobre os estudos de comunicação e a maneira como a audiência tem sido concebida. Retomo as definições de tietagem e de idolatria, focalizando, especificamente, as questões de audiência de rock. No capítulo V, realizo a análise dos chats, alimentada com exemplos retirados de excertos, focalizando nicknames como marcadores de identidades, a cultura do rock e juventudes, a demarcação e ronteiras entre "nós" e os/as "outros/as", mais especificamente em relação aos/as internautas roqueiros/as e pagodeiros/as, além de outros aspectos que apontam para outras possibilidades analíticas. Nas Considerações Finais, retomo alguns temas recorrentes nos diversos passos da análise, como desterritorialização e novas fronteiras, virtualidades e identidades, o discurso como espaço de representação e/ou criação de identidades, identidades juvenis e gênero, relação entre atividades de ócio, de lazer e identidades. De qualquer forma o estudo não esgota nenhum dos assuntos abordados, atuando principalmente como abertura para novos olhares sobre uma temática que só agora emerge como relevante no panorama dos Estudos Culturais em Educação.