Neurobiologia da depressão e do comportamento suicida : marcadores inflamatórios e impacto da cetamina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Anzolin, Ana Paula
Orientador(a): Kauer-Sant'Anna, Márcia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/275132
Resumo: A depressão, uma patologia psiquiátrica de alta prevalência, também causa prejuízossubstanciaisa saúde física e a funcionalidade dos indivíduos afetados. Esta condição, limitante para a atividade diária e o bem-estar, tem contribuído para um aumento da demanda por serviços de saúde. O Transtorno Depressivo Maior (TDM) é particularmente complexo, caracterizado por ser uma condição multifatorial que envolve a interação entre fatores ambientais estressantes e susceptibilidade genética, incluindo padrões de resposta de citocinas pró-inflamatórias na sua neurobiologia. O desfecho mais grave na psiquiatria, o suicídio é altamente associado a presença de depressão. Dessa forma, esta tese tem como objetivo explorar novas abordagens para o tratamento da depressão e ideação suicida, enfatizando a identificação de biomarcadores e a avaliação do impacto de novos tratamentos como a cetamina em adultos com episódios depressivos. No Capítulo I os dados revelaram uma associação significativa entre níveis séricos elevados de TNFα e IL-1β e o início precoce de TDM, sustentando a hipótese de que alterações nestes biomarcadores podem identificar um subgrupo específico de pacientes, marcado por um início precoce da doença. Diante da complexidade do tratamento da depressão e da resistência de muitos pacientes às terapias convencionais, a busca por intervenções rápidas e eficazes torna-se crucial. Neste contexto, a cetamina emergiu como uma alternativa terapêutica promissora. O protocolo, detalhado no Capítulo II, avalia os benefícios da cetamina em pacientes com TDM e risco suicida, além de suas alterações bioquímicas.No Capítulo III uma análise preliminar de pacientes submetidos ao protocolo de tratamento com cetamina subcutânea (SC) mostrou uma melhoria notável nos sintomas depressivos e uma redução significativa na ideação suicida. No entanto, destaca-se a importância de considerar os potenciais efeitos adversos associados ao uso da cetamina. O Capítulo IV relata que a cetamina pode desencadear reações alérgicas como urticária, sendo a intervenção imediata com prednisolona eficaz na mitigação desses sintomas. No Capítulo V um estudo naturalístico e prospectivo associou significativamente o potencial terapêutico da cetamina com melhoras clínicas. Os dados indicam uma relação dose-resposta, caracterizada por um aumento progressivo nas concentrações administradas e melhorias correspondentes em depressão, ideação suicida e funcionamento global. Em suma, a utilização de biomarcadores séricos para identificar subgrupos de pacientes, que possam futuramente ser avaliados na resposta a tratamentos específicos, como no caso daqueles pacientes com início precoce do TDM e alterações nos marcadores inflamatórios,pode contribuir para melhorar as taxas de resposta as intervenções. Ainda, ampliar a compreender a cetamina administrada SC emerge como uma terapia inovadora para episódios depressivos.