Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Meneses, Michele Neves |
Orientador(a): |
Rocha, Cristianne Maria Famer |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/289522
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Resumo: |
Introdução: A Vigilância Popular em Saúde tem sido constituída a partir de processos participativos territoriais que tem potencializado ações relacionadas à garantia dos direitos humanos universais e constitucionais à saúde, do ambiente ecologicamente equilibrado e da defesa da vida em todos os seus modos e sua pluralidade. Há experiências potentes, participativas, autônomas e construídas coletivamente de vigilância em vários cantos do Brasil. Essas experiências estão inspiradas em estratégias pedagógicas da Educação Popular em Saúde que se implementam em diferentes contextos e produzem práticas e conceitos da Vigilância Popular em Saúde. Dessa maneira, essa tese teve como objetivo problematizar as práticas de Vigilância Popular em Saúde como comunicadoras de saberes populares ou contracondutas, em territórios específicos, no Brasil. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa do tipo cartográfica realizada junto ao Assentamento Santa Rita de Cássia II, Nova Santa Rita, Rio Grande do Sul e a TEIA de Educação Ambiental e Interação em Agrofloresta de Parintins, Amazonas. A produção dos dados foi realizada desde oficinas e atividades de campo em 2023 e 2024, com os registros via gravação de áudio, fotos, relatórios e diários de campo. A análise dos dados se deu via narrativas de inspiração cartográfica e autores do referencial teórico freireano e estudos foucaultianos. Foram respeitados todos os preceitos éticos que envolvem seres humanos com aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Distrital Gonzaga Mota Messejana pelo Parecer CAEE 47591021.9.0000.8145/2022. Resultados: O processo cartográfico junto às práticas de vigilância traz experiências de origem popular, desde a leitura da realidade, que convergem pela produção de vida e, sobretudo, pelo protagonismo popular que atravessa o impulsionar dessas ações. Nas práticas de Vigilância Popular há acompanhamento do ambiente e dos processos produtivos, como problematizações sobre o modo de vida e atividades de luta pela saúde, com foco no Bem Viver. Há um envolvimento, desde o protagonismo das pessoas, em descolonizar a saúde, com visibilidade às experiências das populações que se relacionam territorialmente, considerando seus saberes, práticas e culturas. Portanto, configuram-se em experiências de Vigilância Popular em Saúde que comunicam saberes populares para interagirem com outros saberes no cuidado com a vida. Saberes esses que não se fecham em si mesmos, mas se interrelacionam e podem produzir novas significações e novas compreensões no cuidado à saúde. Esse estudo demonstrou que as experiências baseadas em agroecologia, as ações populares e de movimentos que tenham no horizonte o Bem Viver e as experiências coletivas variadas de povos tradicionais são práticas que tensionam o modo de conduzir neoliberal, são práticas de contracondutas que promovem vida. Nesse sentido, a Vigilância Popular em Saúde é uma contraconduta de cooperação porque é a resistência viva que opera outros caminhos e possibilidades de cuidar, trabalhar, promover e viver saúde. Considerações: As práticas de Vigilância Popular em Saúde são constituídas por diversas narrativas, inspirações na educação popular, integração enquanto sujeitos/seres natureza, enquanto corpos territórios, numa sociabilidade para além do humano, com a compreensão que a existência é em conexão. O exercício de problematização das práticas de Vigilância Popular em Saúde indica que as ações de vigiar e de cuidar da saúde precisam partir das experiências territoriais e das relações vinculadas à realidade com protagonismo popular, pois possibilitam compreender o contexto e mobilizam para outros modos de vigiar/cuidar. |