Turismo em territórios indígenas: desenvolvimento e impacto sociocultural na Comunidade Indígena Nova Esperança \"Pisasú Sarusawa\" (Amazonas - Brasil)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Proença, Ana Rosa Guimarães Bastos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100140/tde-10012020-174117/
Resumo: O turismo desenvolvido na Comunidade Indígena Nova Esperança Pisasú Sarusawa (Amazonas Brasil) trouxe consigo novos papeis a antigos atores. Os indígenas tornaram-se anfitriões ao receberem turistas; os artesões ao começarem a produzir artesanatos com fins de venda ao turismo e; os comunitários, aderiram e se apropriaram do turismo de base comunitária, indo além do sentido do viver em comunidade. Essas três ações, para as diferentes etapas de influências do turismo, representam a abordagem do impacto sociocultural à luz das estruturas de desenvolvimento do turismo. Assim, delineou-se como problema de pesquisa: Como a estrutura do turismo se relaciona com os impactos socioculturais que se apresentam no contexto empírico da comunidade? Quais são as dinâmicas de turismo na comunidade? Como são articuladas? São apropriadas pelos indígenas? Quais são os impactos socioculturais? Tem-se então como objetivo geral, analisar como estrutura do turismo se relaciona com os impactos socioculturais se apresentam no contexto empírico da Comunidade Indígena Nova Esperança (AM). Enquanto objetivos específicos: a) Caracterizar a comunidade em seus aspectos históricos, geográficos, sociais e culturais; b) Identificar as dinâmicas de turismo na comunidade; c) Identificar como é articulado e apropriado o turismo; d) Analisar quais impactos socioculturais ocorrem a partir da atual estrutura de turismo. Como procedimentos metodológicos, se utilizou da abordagem de pesquisa qualitativa, adotando-se técnicas de pesquisa bibliográfica, documental e de campo para o levantamento das informações. Assim, fez-se a combinação da análise documental, da observação participante e das entrevistas semiestruturas por roteiros. As entrevistas foram divididas em quatro grupo de atores: indígenas, instituições governamentais, instituições não-governamentais e agências de turismo. A Comunidade Indígena Nova Esperança formada, predominantemente, pela etnia Baré está localizada a 80km de Manaus. Desde 2000, desenvolve o turismo, e em quase duas décadas, passou por três fases e estruturas do turismo. A primeira estrutura de turismo é o convencional. A segunda o turismo de base comunitária em rede. A terceira e atual estrutura articula a coexistência entre o turismo de base comunitária e o turismo convencional. Essa estrutura tem acontecido a partir de acordos e contratos entre agências de viagens convencionais e de experiência focadas em TBC e criação de roteiro próprio da comunidade, se flexionando tanto a visitações de um dia às com pernoites. A partir da análise do TBC, identificaram-se os elementos-chave de dominialidade, organização e interculturalidade comunitária como fatores que dão base a articulação interna e externa. Os impactos socioculturais estão diretamente vinculados a essa forma de gestão interna e organização do turismo. Foram identificados sete indicadores principais que se articulam com os impactos e com o TBC. São eles: benefícios econômicos; orgulho; relação com agentes externos; estilo de vida coletivo; comercialização da cultura; tradições e costumes; e crenças. Influenciam também no cenário atual dos impactos as parcerias com instituições governamentais, não-governamentais e empresas privadas com foco no desenvolvimento social e econômico, preservação do meio ambiente, valorização da cultura baré, educação, saúde e articulações políticas