Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Dorneles, Mariane Santos |
Orientador(a): |
Noreña, Caciano Pelayo Zapata |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/197367
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Resumo: |
Conífera nativa da região sul e sudeste do Brasil a Arauraria angustifolia, sofreu através dos anos com a exploração indiscriminada de sua madeira, mas converteu-se numa espécie símbolo do sul do Brasil, devido ao consumo, pela população, das suas sementes comestíveis, os pinhões. Atualmente, as cascas dos pinhões e brácteas (sementes estéreis) da araucária são descartadas no ambiente sem reaproveitamento, porém estes subprodutos são fontes de compostos fenólicos, que podem ser usados para agregar valor. Para a extração de compostos bioativos tem sido empregado técnicas não convencionais que diminuem o uso de solventes orgânicos e o gasto energético. Por outro lado, o encapsulamento destes compostos busca garantir sua estabilidade e minimizar as limitações na aplicação industrial. À vista disso, o presente estudo objetivou avaliar a extração de compostos bioativos das brácteas da Araucaria angustifolia, através das extrações assistida de micro-ondas (EAM) e ultrassom (EAU) e o posterior encapsulamento do extrato através dos métodos de atomização e liofilização, utilizando pectina (PEC), colágeno hidrolisado (CH), polidextrose (PD) e goma guar parcialmente hidrolisada (GGPH) como materiais de parede. Para a EAU utilizou-se as potências de 250, 350 e 450 W, e tempos de 10, 15 e 20 min; e na EAM foram usadas potências de 700, 800 e 1000 W com tempos de 10, 15 e 20 min. A extração assistida por micro-ondas com o tempo de 20 min e potência de 1000 W resultou na melhor condição de extração, com teores de 47,61 mg g-1 (b.s) EAT, 27,09 mg g-1 (b.s) EAT, 779,95 mg g-1 (b.s) ECAT, 427,28 μmol g-1 (b.s) ET , 467,79 μmol g-1 (b.s) ET para compostos fenólicos totais, taninos totais, taninos condensados, e atividade antioxidante por ABTS e DPPH, respectivamente Essa condição quando comparada com a extração exaustiva realizada, não apresentou diferenças significativas quanto aos compostos fenólicos totais, taninos totais e taninos condensados, enquanto que a atividade antioxidante por DPPH apresentou valores maiores. Este mesmo extrato (1000 W; 20 min) foi encapsulado por atomização e liofilização, utilizando misturas de PEC-CH e PDGGPH, adicionadas ao extrato nas proporções de (0,25:0,75:9; m/m/m ) e (0,5:0,5:9; m/m/m), respectivamente. Os testes reológicos realizados nessas dispersões indicaram que ambas apresentaram comportamento de fluidos não-Newtonianos. Os pós obtidos com PD-GGPH resultaram nos maiores teores de compostos fenólicos totais (42,50 e 47,44 mg g-1 (b.s) EAT), taninos totais (36,88 e 40,91 mg g-1 (b.s) EAT), taninos condensados (498,46 e 669,58 mg g-1 (b.s) ECAT) e atividade antioxidante por ABTS (264,97 e 267,24 μmol g-1 (b.s) ET) e DPPH (139,78 e 157,83 μmol g-1 (b.s) ET) atomizados e liofilizados, respectivamente. Com relação às características físico-químicas, todos os pós apresentaram baixa atividade de água entre 0,19 e 0,35 e umidades de 1,52 a 3,48 %. A higroscopicidade foi elevada em todas as amostras com valores que variaram entre 30,68 a 45,27 %, enquanto que a solubilidade em água apresentou os melhores valores para os pós encapsulados com PD-GGPH, atomizado e liofilizado, com valores de 98,00 e 97,69 %, respectivamente. A microscopia eletrônica de varredura dos pós atomizados com PD-GGPH mostraram partículas com formato esférico regular, enquanto os pós de PEC-CH, exibiram formato irregular com a presença de rugosidade. Os pós liofilizados das duas dispersões apresentaram tamanhos e formas irregulares, devido principalmente a moagem realizada após liofilização. Os resultados do FTIR indicaram que o encapsulamento foi proporcionado por interações físicas entre os encapsulantes e os compostos fenólicos. A análise termogravimétrica indicou que a partir dos 220 °C iniciam-se as reações que desestruturam os materiais de parede, deixando os compostos encapsulados expostos, suscetíveis à degradação. A avaliação do armazenamento em condições aceleradas (temperaturas de 35 e 55 °C com 75 e 90 % de umidade relativa durante 35 dias) indicou que nos pós obtidos não ocorreram reduções significativas nos teores de compostos fenólicos e taninos totais durante o período de estocagem avaliado, havendo em algumas condições, o aumento destes teores no final da armazenagem, sendo que os pós resultantes da encapsulação com PEC-CH apresentaram os maiores aumentos com 70,7 e 101,9 % para compostos fenólicos totais e 81,0 e 116,0 % para taninos totais, atomizados e liofilizados, respectivamente. Estes aumentos se devem às reações de hidrólises e/ou reações de polimerizações que possam ter ocorrido durante a estocagem. Com os resultados obtidos tem-se que as brácteas de Araucaria angustifolia são fontes de compostos bioativos, sendo possível sua obtenção através da extração assistida por micro-ondas, e que seu encapsulamento permite a aplicação em formulações alimentícias |