Seletividade escolar : uma questão de conscientização?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1991
Autor(a) principal: Malinsky, Teresa Alice Rossell
Orientador(a): Flores, Terezinha Maria Vargas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/257703
Resumo: O presente estudo teve por objetivo investigar de que forma os segmentos pedagógicos e técnicos da escola (Serviço de Supervisão Escolar (SSE), Serviço de Orientação Escolar (SOE), e professores de sala de aula) atuam como agentes da seletividade escolar, analisando o papel exercido pelo nível de consciência e pelo tipo de compreensão dos sujeitos da pesquisa sobre a questão do conhecimento na sua ação seletiva. Para configurar as representações dos professores de setores (SSE e SOE) , dos professores de sala de aula e dos alunos sobre as questões da seletividade, utilizou-se um questionário. Para detectar quais os mecanismos de seletividade empregados pelos professores, destacando junto aos professores de sala de aula a compreensão na questão do conhecimento, foram realizadas entrevistas e observações em sala de aula. Os dados encontrados permitiram constatar que a representação da seletividade escolar é entendida, em geral, pelos professores, como relacionada a questões sócio-econômicas dos alunos. Os mecanismos seletivos utilizados pelos professores em sala de aula referem-se à forma de transmitirem os conteúdos, à avaliação, à exigência de hábitos e atitudes. Os professores do SOE os utilizam principalmente ao selecionarem os grupos de alunos pela idade e pelo número de reprovações. O SSE emprega mecanismos de seletividade indiretamente, quando reforça o trabalho que os professores realizam em sala de aula. Os alunos não percebem estes mecanismos de seletividade e suas representações centram-se em sua problemática sócio-econômica, buscando na escola uma forma de superá-las. Tais constatações levam a supor que a questão da seletividade escolar está centrada na postura do professor que reflete uma consciência ingênua em relação ao meio em que vive, no qual exerce sua ação. Se o professor faz parte de uma sociedade opressora que determina e mantém normas de atuação que almeja, ele como sujeito dessa sociedade é portador de uma consciência de submissão. No construtivismo de Jean Piaget encontra-se a superação desta problemática, pois o sujeito não é independente de seu meio sócio-cultural na sua construção cognitiva. É na interação com o meio que ele estrutura a ação, num ato constante com o refletir. Ele é o binômio ação e reflexão. Sugere-se a realização de outros estudos para aprofundar a compreensão da problemática da seletividade escolar, na dimensão da relação consciência - ação, vaa a análise das histórias de vida dos professores e de sua ação social.