Sistemática e conservação das espécies sul-americanas não andinas de Hypericum L. (Hypericaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ely, Cleusa Vogel
Orientador(a): Boldrini, Ilsi Iob
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/203965
Resumo: Hypericaceae é uma família da ordem Malpighiales, composta por seis gêneros e cerca de 620 espécies, das quais mais de 80% pertencem ao gênero Hypericum. Com distribuição quase cosmopolita, Hypericum possui dois importantes centros de diversidade na América do Sul: os Páramos andinos (seção Brathys) e os campos do sudeste da América do Sul (seção Trigynobrathys). Estudos filogenéticos recentes têm demonstrado que essas duas maiores seções do gênero, Brathys and Trigynobrathys, são não monofiléticas. De acordo com a compreensão atual, todas as espécies sul-americanas de Hypericum, juntamente com espécies Africanas, Asiáticas e Norte Americanas são acomodadas em um clado que reúne 30% das espécies do gênero e que tem sido informalmente denominado Brathys s.l. ou grupo Brathys. Na presente tese utilizamos análises Bayesianas e de Máxima Verossimilhança a partir de sequências de DNA nuclear e do cloroplasto (ITS + At1G13040 + petD + trnL) para inferir as relações evolutivas entre as espécies de Hypericum sul-americanas. Nessa etapa consideramos uma estratégia de amostragem robusta para as espécies sul-americanas não andinas, as quais eram previamente subamostradas em reconstruções filogenéticas. Também investimos em um bom conhecimento taxonômico e de campo para auxiliar na resolução de dificuldades taxonômicas e nomenclaturais acerca de espécies de Hypericum da região não andina da América do Sul, além de fornecer a primeira avaliação global do risco de extinção para 22 espécies de Hypericum e assim prover informações que subsidiem ações de conservação para as espécies e seus ecossistemas. Com o uso dessas abordagens, melhoramos nosso entendimento sobre a taxonomia e a história evolutiva de representantes sul-americanos do gênero Hypericum. Ou seja, na tese demonstramos que as espécies sul-americanas não andinas de Hypericum formam um grupo monofilético que é fortemente sustentado em nossas análises e que a espécie morfologicamente distinta, H. piriai, fica posicionada separada do clado andino e do clado do sudeste sul-americano, representando uma terceira linhagem que colonizou a América do Sul. Nossos estudos também resultaram em nove novos registros para os territórios argentino, brasileiro e uruguaio, na sinonimização de seis nomes, no restabelecimento da prioridade nomenclatual de Hypericum cordiforme sobre H. cordatum, na indicação de seis lectótipos e 21 casos envolvendo segundo passo de lectotipificação, quatro indicações de neótipos, um epítipo, além da identificação de dois nomes supérfluos e um nome não validamente publicado. Do ponto de vista da conservação, foi possível identificar onze espécies ameaçadas globalmente, sendo seis classificadas na categoria Em Perigo (EN) e cinco como Criticamente em Perigo (CR).