Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Silva, Flávia Helena da |
Orientador(a): |
Nardi, Nance Beyer |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/197271
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Resumo: |
A mucopolissacaridose tipo I (MPSI) é uma doença monogênica autossômica recessiva, devido a mutações no gene da alfa-L-iduronidase (IDUA). Seu caráter sindrômico compromete todas as funções vitais do organismo, inclusive a neurocognição. Atualmente, como formas disponíveis de tratamento existem apenas os transplantes de medula óssea/célula tronco hematopoiética e a reposição enzimática (RE). Os transplantes dependem da disponibilidade dos doadores e da idade em que o diagnóstico é comprovado. A RE é um procedimento semanal e contínuo por toda a vida do paciente, invasivo e de alto custo. Esse melhora consideravelmente as doenças visceral e articular/óssea; contudo, não apresenta o mesmo efeito sobre a neuropatologia, principalmente na fase mais avançada. No presente trabalho, células-tronco mesenquimais transduzidas com o vetor MLV contendo o transgene IDUA foram injetadas intraventricularmente no cérebro de camundongos MPSI adultos de duas faixas etárias (12 e 25 semanas). O estudo foi concluído quando os animais atingiram 20 e 29 semanas, respectivamente. Essa metodologia resultou na diminuição dos níveis de GAGs acumulados no cérebro dos animais afetados. Tendência de melhora locomotora foi detectada, através de teste de campo aberto de exposição única, mesmo nos animais tratados em fase mais avançada da neuropatologia. A queda de expressão do transgene, observada com frequência neste tipo de abordagem, pode ter sido um entrave para que a correção cruzada (cross correction) fosse mais duradoura. Baseando-se nessa experiência, nós desenvolvemos um novo vetor retroviral (MSCV IDUA) para ser avaliado in vitro com ferramenta de transferência gênica para células-tronco mesenquimais. Esse vetor promoveu expressão sustentável do transgene e rapidez de seleção das células geneticamente modificadas, via resistência à blasticidina. A administração in vivo desse vetor, através de injeção intraventricular bilateral no cérebro de camundongos MPSI jovens, levou à produção local de níveis detectáveis de IDUA ao término do experimento (30 dias). Esse estudo in vivo de terapia gênica (TG) para mucopolissacaridose do tipo I murina também avaliou a potencialidade de outros dois vetores virais (HIV e MLV), nessas mesmas condições experimentais. O vetor baseado em HIV também foi capaz de promover a expressão in situ da enzima, enquanto que o MLV não. Redução no conteúdo total de GAGs extraídos do cérebro dos animais foi detectada apenas para os grupos tratados com os vetores MSCV e HIV. Intensa redução na proporção de dermatan/heparan sulfato nessas amostras também foi detectada. Concluindo, o vetor MSCV mostrou-se uma boa ferramenta de transferência gênica in vitro e in vivo, favorecendo a produção in situ da enzima de forma sustentável, o que é altamente desejável na realização de TG in vivo. Devido à possibilidade de seleção rápida das células geneticamente modificadas após a transdução com esse vetor, a realização de um novo protocolo pré clínico de TG ex vivo baseada em células-tronco mesenquimais oriundas desse modelo murino de MPSI também poderá ser beneficiada. |