Contaminação por metais em juvenis e subadultos da tainha Mugil liza Valenciennes, 1836 no sistema estuarino Tramandaí-Armazém (RS)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Ingrety Lorrana Alves da
Orientador(a): Rodrigues, Fábio Lameiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276271
Resumo: A tainha Mugil liza é uma das principais espécies explotadas pela pesca artesanal e industrial no sudeste e sul do Brasil. Além da importância econômica, social e cultural, desempenha fundamental papel ecológico na transferência de nutrientes entre ecossistemas e níveis tróficos. A espécie é pelágica, iliófaga-detritívora e anualmente realiza migração reprodutiva, migrando dos estuários até o mar aberto para reproduzir. O Sistema Estuarino Tramandaí-Armazém (SETA) é o segundo maior estuário do Rio Grande do Sul e é reconhecido por sua alta diversidade e produtividade. Os peixes são considerados bons bioindicadores da qualidade ambiental de ambientes aquáticos e tendem a acumular metais em seus tecidos e transferi-los para outros organismos através da teia trófica. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi investigar a contaminação por metais na tainha do SETA, uma importante área de alimentação, crescimento e desenvolvimento para a espécie. A captura de espécimes foi realizada com redes picaré e tarrafa, considerando duas unidades ontogenéticas (UO), com base no desenvolvimento da espécie e tamanho mínimo de captura à pesca: UO-I, juvenis com comprimento total < 150 mm e UO-II, subadultos com comprimento total ≥ 150 mm e < 350 mm. As concentrações de mercúrio, cobre, chumbo, cádmio, cromo e arsênio foram analisadas em brânquias, fígado, moela e músculo de 30 espécimes (15 por UO) usando espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS). Foram encontradas diferenças significativas nas concentrações de metais entre tecidos, com maiores concentrações no fígado em ambas as UO. A UO-I revelou maiores concentrações de metais, indicando um padrão de contaminação mais elevado em peixes juvenis comparados aos subadultos. Com exceção do mercúrio, todos os metais analisados excederam os limites de segurança regulamentados. Esses resultados revelam que os juvenis apresentam elevadas taxas de metais, representando risco para a espécie devido à bioacumulação, e para os predadores, devido à biomagnificação e até mesmo intoxicação aguda. Sugerimos a continuidade dos monitoramentos para avaliar as variações na disseminação dessa contaminação ao longo do tempo e para apresentar estratégias eficazes visando atenuar seus impactos. Este estudo destaca-se como um dos raros na região para essa espécie, ressaltando a necessidade urgente de atenção e ação.