Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
David, Eduardo Giacomin de |
Orientador(a): |
Svartman, Eduardo Munhoz |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/276368
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Resumo: |
Esta dissertação analisa como os militares brasileiros conceberam a temática nuclear entre os anos de 1985 e 2000, período em que ocorreram profundas modificações na política nuclear brasileira. Tal estudo se justifica pois, se os militares brasileiros desempenharam um grande e destacado papel nesta política desde seus primórdios, que remontam à 1945, a literatura acadêmica, mesmo reconhecendo que eles foram um dos principais atores em tal política, ainda não investigou propriamente como os militares brasileiros pensaram a temática nuclear. Esta pesquisa faz isto por meio da análise de conteúdo de quatro fontes a partir das quais o pensamento militar se expressa e pode ser apreendido: 1) livros e periódicos publicados pela imprensa militar, 2) trabalhos produzidos em escolas de formação militar, 3) documentos oficiais da área de Defesa e 4) entrevistas concedidas por militares. Com base nesta variedade de fontes que tratam da temática nuclear, tal estudo, seguindo uma abordagem teórica construtivista, encontrou uma série de pertinentes achados acerca do modo como os militares brasileiros pensaram a temática nuclear entre os anos de 1985 e 2000. Após tratar acerca da forma como se desenvolveu a política nuclear brasileira no século XX, dividindo essa em três grandes períodos (1945-1964, 1964-1985 e 1985-2000), tal dissertação aborda o que o Brasil deveria buscar na arena nuclear conforme os militares brasileiros, destacando que estes assinalaram a necessidade de se obter o domínio científico-tecnológico desta arena, visto como um passaporte para o desenvolvimento, autonomia, independência e soberania nacionais, bem como de se desenvolver a capacitação brasileira para empregar a energia nuclear em suas mais variadas aplicações. Dentre estas sobressaíram-se a geração de eletricidade, apontada como fundamental para complementar a matriz elétrica brasileira e atender à crescente demanda energética nacional, bem como a propulsão de um futuro submarino nuclear brasileiro, o qual seria um meio naval essencial para a segurança nacional dado seu teor dissuasório. Enquanto isto, os militares brasileiros mostraram-se contrários à construção de uma bomba atômica, muito embora não tenham totalmente renunciado a esta, apregoando que o país detivesse o estado de latência nuclear, ou seja, que não possuísse tal arma mas fosse capaz de construí-la rapidamente para enfrentar eventuais ameaças externas que pudessem vir a surgir. No tocante à como obter tal domínio científico-tecnológico e capacitação nacional na arena nuclear, sublinham-se as apreciações realizadas pelos militares acerca do programa nuclear brasileiro, em suas vertentes “oficial” e “paralela”, sendo que nesta última os militares brasileiros tiveram papel chave em seu planejamento, condução e execução. Aponta-se que eles assinalaram que o desenvolvimento nuclear brasileiro deveria se basear na continuidade e conjugação destas vertentes, bem como indicaram que seriam necessários recursos, campanhas de opinião pública, a coordenação central e constância dos esforços brasileiros na arena nuclear e a adesão (ou não) a acordos, tratados e regimes internacionais nesta para se promover tal desenvolvimento nuclear brasileiro. Por fim, se destaca a mudança de visão dos militares brasileiros sobre a Argentina, que passou de uma ameaça regional, dado seu maior desenvolvimento na arena nuclear, a qual motivou o programa nuclear brasileiro, para ser concebida como uma aliada fundamental neste. |