Atividades rítmicas musicais e o desenvolvimento das noções de espaço e tempo

• Ano de defesa: 1987
• Autor(a) principal: Maffioletti, Leda de Albuquerque
• Orientador(a): Bonamigo, Euza Maria de Rezende
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Educação musical; Espaço; Tempo
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/256212

O propósito deste estudo foi investigar o efeito de um Programa de Atividades Rítmicas Musicais (ARM) sobre o desenvolvimento das noções de espaço e tempo. Os sujeitos desta pesquisa foram crianças de 5 e 6 anos, de escolas públicas da rede estadual, localizadas em bairros da classe média de Porto Alegre, num total de 71 sujeitos divididos em três grupos, sendo um grupo de controle e dois grupos experimentais. Foram utilizadas como pré e pós-testes as provas piagetianas para observar os níveis de desenvolvimento das noções de espaço e tempos antes e após o experimento. As Atividades Rítmicas Musicais foram baseadas em Edgar Willems, Carl Orff e Maurice Martenot, sendo retirados da teoria piagetiana os conceitos básicos para o desenvolvimento das noções de espaço e tempo envolvidos nas tarefas rítmicas. O programa foi estruturado em três etapas, cada etapa constou de oito sessões de ARM, com a duração de 30 a 40 minutos, duas vezes por semana. Na última sessão de cada etapa, todas as noções introduzidas foram combinadas e reforçadas, de forma que após sete sessões, se seguiu uma de reforço. Os professores de classe, sem formação musical especifica, foram os aplicadores, após treinamento prévio e com assessoramento sistemático da autora do projeto. Os resultados foram avaliados segundo a teoria de Jean Piaget e submetidos ao teste qui-quadrado e Teste Exato de Fisher. O programa de Atividades Rítmicas Musicais revelou-se efetivo no desenvolvimento da noção de tempo não tendo o mesmo efeito para a noção de espaço. Observou-se que o nível de desenvolvimento destas noções não variou em relação a sexo dos sujeitos. Foram também analisados os planos de aula, atuação musical dos docentes e os assessoramentos realizados. Observou-se que o professor sem formação musical específica, mediante treinamento e assessoramento pode ter um bom desempenho em atividades nas quais sua atuação consiste em estimular e animar as crianças em tarefas simples. Todavia quando lhe é exigido o papel de referencial e apoio do grupo sua competência fica ameaçada devido à carência de conceitos que envolvem a compreensão dos fenômenos musicais.