Comunidades de prática como espaços integradores nos Institutos Federais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Mega, Daniel Farias
Orientador(a): Araujo, Ives Solano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/231264
Resumo: A criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs), no ano de 2008, foi um marco significativo nas políticas públicas para a educação profissional no Brasil. Com o objetivo de ministrar, prioritariamente, educação profissional técnica de nível médio, os IFs devem estar articulados ao dinamismo histórico dos contextos em que estão inseridos. Passada mais de uma década de sua criação, os cursos de ensino médio integrado à educação profissional, particularmente os ofertados pelos IFs, ainda encontram dificuldades em institucionalizar práticas baseadas na integração dos conhecimentos de formação geral com os de formação específica. Por esse motivo, encontrar caminhos que possibilitem essa integração é um desafio importante para essas instituições. Defendemos a tese de que uma via possível para o enfrentamento desse problema, passa por estimular o desenvolvimento de comunidades de prática (CoP), entendidas como potenciais espaços não formais de aprendizagem, que promovam condutas educativas capazes de integrar os conhecimentos propedêuticos e técnicos. Nossa pesquisa se divide em quatro estudos. O primeiro é uma revisão da literatura, nacional e internacional, que investiga a utilização do conceito de comunidades de prática no ensino de ciências. Nos dois estudos seguintes empreendemos esforços para realizar pesquisas empíricas sobre dois grupos sociais que se mostravam prováveis comunidades de prática e que se caracterizavam pelo desenvolvimento de projetos orientados pelos princípios de autogestão, participação colaborativa e por um modelo de desenvolvimento de projetos que preza pela autonomia dos participantes e pela liberdade do conhecimento. No Estudo II investigamos em profundidade o funcionamento do Centro de Tecnologia Acadêmica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Para tal, realizamos uma pesquisa etnográfica que permitiu apurar em que medida os elementos constituintes de uma comunidade de prática estavam presente na atuação do grupo. No Estudo III voltamos nossa atenção para o contexto dos Institutos Federais e desenvolvemos uma pesquisa narrativa sobre Núcleo de Tecnologias Livres do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) – Campus Rio Grande. Essa pesquisa narrativa permitiu compreender como se deu o processo de implementação e tentativa de consolidação do Núcleo no IFRS. Ambas as investigações empíricas somadas à revisão da literatura e aos referenciais teóricos sobre comunidade de prática forneceram as bases necessárias para que o último estudo fosse construído. O ensaio teórico que compõe o Estudo IV propõe diretrizes para o cultivo de comunidades de prática nos IFs, são elas: Primeira Diretriz – Reconhecer o valor das comunidades de prática para a promoção da formação integral; Segunda Diretriz – Definir um empreendimento conjunto capaz de possibilitar a formação integral; Terceira Diretriz – Promover um modelo de gestão capaz de estimular e fortalecer o compromisso mútuo; Quarta Diretriz – Viabilizar condições para a criação e o uso de um repertório compartilhado; e Quinta Diretriz – Criar pontes com a sociedade divulgando e avaliando os resultados. Entendemos que essas cinco diretrizes constituem um referencial teórico capaz de auxiliar os profissionais dos Institutos Federais a criar um terreno adequado para que as comunidades de prática sejam cultivadas dentro de suas instituições.