Avaliação da atividade antifúngica do óleo essencial de Origanum Vulgare L. frente a fungos de importância em veterinária com ênfase em candida spp.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Cleff, Marlete Brum
Orientador(a): Mello, Joao Roberto Braga de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/13688
Resumo: O estudo teve como objetivos avaliar a ação antifúngica in vitro e in vivo do óleo essencial do Origanum vulgare (orégano), determinar a composição química dos óleos estudados e verificar a toxicidade em ratos Wistar. Inicialmente, oito amostras de O. vulgare foram extraídas por hidrodestilação e os óleos essenciais analisados por cromatografia gasosa, sendo posteriormente testados in vitro para escolha do óleo para os ensaios in vivo. Os testes in vitro seguiram as normas estabelecidas pelo CLSI-M27-A2, sendo utilizados sete isolados de Sporothrix schenckii e 16 isolados de Candida spp. A toxicidade do O. vulgare foi avaliada em 30 ratos wistar, fêmeas, tratadas via oral e vaginal com óleo a 3%, por 30 dias, através de parâmetros clínicos, hematológicos e histopatológicos. Para o teste in vivo, foram utilizados 48 ratos wistar, machos, distribuídos em quatro grupos: T1:óleo (1,5%); T2:óleo (3%); T3:fluconazol (10mg/Kg/dia); T4:controle negativo (emulsão); os óleos foram emulsionados com 0,001% de Tween 80. Para a reprodução experimental da candidíase sistêmica foi utilizado isolado canino e o inóculo (106céls/mL deC. albicans) foi administrado pela veia lateral da cauda em todos os animais. Os fármacos e o diluente foram administrados diariamente por via oral, com auxílio de sonda oro-gástrica, durante 30 dias. Foi realizada avaliação clínica semanal e pesagem dos animais, e após a necropsia foi realizada análise macroscópica, pesagem dos órgãos e retroisolamento de C. albicans. O óleo essencial do O. vulgare utilizado nos testes in vitro apresentou como componentes majoritários o 4-terpineol, carvacrol, timol e α-terpineol. A Concentração Inibitória Mínima (CIM) do O. vulgare para S. Schenckii foi de 0,25% (250μL/mL-1) para todos os isolados testados. Para Candida spp. os resultados foram expressos em CIM e CFM (Concentração Fungicida Mínima), obtendo-se CIM de 2,72μL mL-1 e CFM de 5μL mL-1 para C.albicans isolada de animais; CIM de 2,97μL mL-1 e CFM 3,54μL mL-1 para cepas padrões e CIM igual 2,10μL mL-1 e CFM igual 2,97μL -1mL para espécies não-albicans. A utilização do óleo essencial de O. vulgare a 3%, uma vez ao dia, 30 dias, por via oral e vaginal, não causou toxicidade nos ratos wistar. Na candidíase experimental sistêmica, os animais tratados com óleo a 3% e com fluconazol resultaram em menor freqüência de alterações clínicas. Não houve diferenças entre os grupos quanto a alterações macroscópicas nos órgãos, com exceção dos rins, onde o grupo T3 diferiu dos demais grupos (T1,T2,T4) sendo aquele com menor alterações. Quanto ao retroisolamento, foi obtido menor quantidade de Unidades Formadoras de Colônias no grupo T3 e maior no T4. Dessa forma é possível concluir que o óleo essencial do O. vulgare possui atividade in vitro frente ao S. schenckii e Candida spp. e que sua composição química interfere nos resultados. A utilização do óleo à 3%, via oral e vaginal por 30 dias não causou alterações toxicológicas relevantes em ratas Wistar. O uso do óleo a 3% demonstrou bons resultados no tratamento da candidíase experimental sistêmica, porém são necessários maiores estudos que possibilitem introduzir esta substância como opção terapêutica para candidíase.