Vitimização, agressão e níveis de cortisol em adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Souza, Lorrane Ribeiro de
Orientador(a): Almeida, Rosa Maria Martins de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/254640
Resumo: A adolescência se trata do período de transição da infância para a vida adulta, momento em que ocorre a maturação fisiológica, levando à modificação dos comportamentos sociais, cognitivos e sexuais tanto para meninos quanto para meninas, porém para as meninas há a menarca que traz algumas diferenciações hormonais. Essa maturação decorre de mudanças neuroendócrinas significativas com destaque para o eixo Hipotálamo-Pituitária-Gonadal (HPG) e eixo Hipotálamo-Pituitária-Adrenal (HPA). Os adolescentes passam a ter menor proximidade com os pais buscando maior socialização com os pares e o comportamento socializador é um componente natural e evolutivamente importante para a sobrevivência, porém a busca por pertencimento em grupos sociais pode ser por vezes frustrante e estressante. A exposição a eventos estressores altera a homeostase do organismo, podendo interferir em funções cognitivas e até levar a maiores agravos de saúde. Quando essa exposição se dá com menor frequência, porém com alta intensidade, denomina-se um estresse agudo, reduzindo importantes capacidades cognitivas e diminuindo a volição do indivíduo por comportamentos que exigem maior esforço cognitivo. Já o estresse mais duradouro se dá por uma expossição recorrente ao estressor e é chamado de estresse crônico, nesses casos, a alta produção de cortisol é recorrente e pela sua facilidade em atravessar a barreira hematoencefálica, pode acessar o SNC se ligando aos receptores de glicocorticóides na amígdala, no hipocampo e no córtex pré-frontal. Acredita-se que adolecentes vitimizados tenham altos níveis de estresse e que a agressividade pode ser decorrente também de altos níveis de estresse, consequentemente com altos níveis de cortisol. Considerando, o que foi exposto, buscou-se investigar sobre os efeitos do estresse sobre os níveis de cortisol de adolescentes vitimizados e agressivos, hipotetizando que ambos apresentariam níveis mais altos deste hormônio, quando em altos níveis de estresse. Para isso foi realizada uma revisão sistemática (Capítulo 2) contemplando os estudos empíricos realizados ao longo do tempo. Durante a revisão foram encontrados 1.317 artigos, porém após a avaliação pelos critérios de inclusão foram selecionados 33 estudos para compor a análise. A análise dos artigos não se baseou apenas no resultado final de aumento ou redução dos níveis de cortisol, mas também no método de pesquisa empregado pelos autores. Durante a análise dos níveis finais de cortisol a nossa hipótese foi refutada, pois a maior parte dos estudos tanto de vitimização quanto de agressão apresentaram redução dos níveis de cortisol, porém a análise dos métodos apresentou bastante heterogeneidade nos protocolos o que pode influenciar na comparação entre os resultados dos estudos, porém uma meta-análise não foi possível devido a discrepância metodológica. Sugere-se que novos estudos empíricos sejam realizados considerando em seus protocolos variáveis como horário e via de coleta hormonal, fase do ciclo menstrual para meninas, já que estas podem ter interferência significativa nos resultados finais.