Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1999 |
Autor(a) principal: |
Fanti, Luciane |
Orientador(a): |
Irigoyen, Maria Claudia Costa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/197747
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Resumo: |
A hipertensão é uma doença multifatorial em que vários mecarusmos fisiopatológicos estão interagindo. Entre eles, conhecemos melhor o sistema rerunaangiotensina (SRA) e o sistema nervoso autônomo (SNA). Mais recentemente, foi demonstrado por Furchgott e Zawazdski, 1980, a importância do endotélio vascular na modulação do tônus vascular. O óxido nítrico (NO), sintetizado e liberado pelo endotélio íntegro, atua também como uma molécula antiadesiva para células inflamatórias. Seu bloqueio pode, portanto, contribuir para adesão de células inflamatórias ao endotélio vascular, alterando o tônus vasodilatador. O objetivo do estudo atual foi comparar as alterações funcionais e alterações inflamatórias na superficie endotelial em animais normais e hipertensos. O papel do NO e do SRA nas alterações inflamatórias endoteliais e a participação do controle neural da pressão arterial (PA) no controle reflexo da freqüência cardíaca (PC), foram considerados. Para isto, foi desenvolvido um estudo experimental no Laboratório de Fisiologia Cardiovascular no Instituto de Ciências Básicas de Saúde da UFRGS e no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foram incluídos no estudo 21 ratos machos Wistar, randomizados em 3 grupos de 7 ratos cada. Grupo A (LNA); Grupo B (lig.Ao); Grupo C (controle). O estudo foi realizado em sete dias. o grupo A recebeu LNA (w-nitro-L-arginina), VIa oral, diluído em água na concentração de 2,74mM, por 7 dias. No grupo B foi realizada ligadura total de aorta entre as artérias renais. O grupo C recebeu apenas água. Os registros de PA, FC e reflexo barorreceptor foram obtidos de maneira direta. A atividade da renina plasmática (ARP) foi realizada ao final do estudo. A análise dos dados foi realizada em microcomputador batimento-a-batimento no sistema CODAS. Após o registro final, os arumals eram sacrificados e os segmentos de aorta fixados em formalina a 10%. Foram realizados cortes histológicos de 7Jl de espessura, corados com hematoxilina-eosina. Um examinador "cego" analisou as lâminas quanto a presença de células inflamatórias na superfície endotelial. Utilizamos ANOVA - análise de variância - e como testes complementares Wilcoxon, Mann-Whitney, Kruskal Wallis e Fisher. Um P<=O,OS foi considerado significante. Ao final do estudo, os grupos A e B atingiram níveis semelhantes de hipertensão (IS2±7 vs. 149±SmmHg). A FC foi maior no grupo com o NO bloqueado (463±16bpm), bem como o índice de sensibilidade do reflexo barorreceptor na avaliação da bradicardia reflexa. Não houve diferença na taquicardia reflexa entre os grupos A e C. O grupo B apresentou uma diminuição no índice da sensibilidade do reflexo para resposta taquicárdica. A ARP foi maior no grupo com Lig Ao (12±4Angll/mlIh) do que no grupo A (6±1.6AngII/mllh) e C (S.7±0.9AngJI/mIlh). Quanto à presença de células inflamatórias aderidas ao endotélio vascular, verificamos a sua presença em 86% dos ratos no grupo com o NO bloqueado e em apenas 29% dos ratos com lig Ao, sendo que o grupo controle não apresentou células inflamatórias aderidas ao endotélio. A presença de células do tipo inflamatórias aderidas ao endotélio, comparada por ANOVA, não mostrou diferença estatística entre os grupos A e B (p = 0,10). Entretanto, comparados com o controle normotenso, somente o grupo A apresentou diferença significativa (p=0.0004). Com base nessa diferença, especula-se que as alterações inflamatórias se devam antes ao bloqueio do NO do que à hipertensão apenas. Outros mecanismos de controle da PA, como o SRA e o SNA, também podem estar contribuindo para a resposta inflamatória encontrada. Cabe, no futuro, elucidar melhor a hipertensão como uma doença inflamatória endotelial, uma vez que a hipertensão é considerada um dos principais fatores de risco para ateroscIerose. |