Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Meireles, André Luís Ferreira de |
Orientador(a): |
Marcuzzo, Simone |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/216211
|
Resumo: |
A prática do exercício aeróbico materno é capaz de gerar benefícios na função cognitiva da prole, melhorando aspectos relacionados à memória e aprendizado, aumentando a expressão de neurotrofinas e gerando neurogênese hipocampal. Entretanto, os efeitos de outras modalidades de exercício físico praticados pelas mães sobre a função cognitiva da prole permanecem desconhecidos. Essa tese teve como objetivo estudar os efeitos do exercício físico materno do tipo resistido em aspectos comportamentais, neuroplásticos e epigenéticos dos descendentes, explorando esses efeitos em diferentes períodos na vida da prole. Para tal, ratos Wistar foram utilizados em dois experimentos. O primeiro teve como objetivo avaliar os efeitos do exercício resistido (ER) materno no período neonatal, e o segundo na fase adulta da prole. O modelo de ER adotado em ambos os experimentos foi a escalada em escada vertical. Neste, após realização de teste de capacidade máxima, a rata teve que escalar a escada com peso fixado ao corpo. Esse protocolo foi realizado três vezes por semana, durante os períodos descritos. No primeiro experimento, ratas grávidas foram divididas em dois grupos: sedentário durante a gestação e o exercitado durante a gestação. Após o nascimento, no dia pós-natal (P) 8, os filhotes machos foram avaliados quanto ao nível de corticosterona (CORT) plasmática, neurogênese hipocampal e metilação global do DNA hipocampal; também foi avaliado a CORT materna e os marcos do desenvolvimento, peso corporal, tamanho do corpo e cabeça do P2 ao P21 da prole. Não foram observadas diferenças estatísticas entre as mães exercitadas e seus filhos em relação aos níveis de CORT quando comparados ao controle, sugerindo que essa modalidade de exercício não gerou níveis elevados de estresse. Não foram observadas diferenças nos marcos do desenvolvimento entre os grupos. Diferenças transitórias, diminuição do peso corporal e aumento do eixo ântero-posterior do crânio, foram observadas nos filhos de mães exercitadas. Os filhos de mães exercitadas apresentaram proliferação celular aumentada no hipocampo, bem como uma diminuição nos níveis de metilação global de DNA hipocampal. O conjunto desses resultados mostrou que o ER gestacional não gerou malefícios ou alterou de forma importante aspectos físicos dos descendentes, e foi capaz de modificar positivamente fatores associados à neuroplasticidade no hipocampo no período neonatal. No segundo experimento, os efeitos do ER maternal praticado em diferentes janelas temporais foram explorados. Quatro grupos compuseram esse experimento: o grupo de filhos de mães que não se exercitaram, filhos de mães que se exercitaram apenas no período gestacional, filhos de mães que se exercitaram apenas no período pré-gestacional e os filhos de mães que se exercitaram no período pré-gestacional e gestacional. Os descendentes machos foram avaliados em parâmetros comportamentais de memória e aprendizado (Labirinto Aquático de Morris), fatores de neuroplasticidade hipocampais (IGF-1 e BrdU+) e mecanismos epigenéticos hipocampais (Metilação global de DNA, Acetilação Global das Histonas H3 e H4, e a atividade da HDAC2). O ER praticado durante a gestação influenciou de forma discreta, mas positivamente a memória e aprendizado dos descendentes, diminuindo a atividade hipocampal da HDAC2 mas sem causar modificações nos marcadores de neuroplasticidade. Os filhos de mães exercitadas no período pré-gestacional, por sua vez, apresentaram aumento na expressão dos fatores neuroplásticos hipocampais (BrdU+ e IGF-1), acompanhado de diminuição da metilação global de DNA e aumento da acetilação da histona H4. Surpreendentemente, os filhos de mães exercitadas nos dois momentos não apresentaram modificações em nenhuma das análises feitas. O conjunto dos resultados obtidos nessa tese demonstra que o ER materno é capaz de gerar modificações hipocampais importantes relacionadas com a função cognitiva. Essa influência positiva parece estar mais relacionada à prática dessa modalidade de exercício realizada de forma isolada nos períodos pré-gestacional e gestacional. |