Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Goi, Júlia Domingues |
Orientador(a): |
Eizirik, Claudio Laks |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/55152
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Resumo: |
Introdução: Muitos estudos têm confirmado a intrínseca relação das experiências na infância com o desenvolvimento do indivíduo, tanto em seus aspectos psicológicos, quanto em seus aspectos biológicos, estruturais e genéticos. Os mecanismos de defesa, a dissociação (como uma defesa primitiva) e a resiliência são medidas indiretas do desenvolvimento psicobiológico do ser humano. Entretanto, ainda existem resultados contraditórios e a forma como ocorre essa relação ainda não é completamente conhecida. Além disso, o estudo dessas interações pode ajudar a direcionar intervenções no sentido de minimizar os efeitos de traumas precoces bem como potencializar as defesas mais adaptadas, promovendo a resiliência e favorecendo um bom desenvolvimento da personalidade e do ego do indivíduo Método: Este trabalho refere-se aos resultados de um estudo transversal, em que 73 pacientes com indicação de psicoterapia psicodinâmica foram avaliados antes do início do tratamento, bem como 25 indivíduos saudáveis e resilientes, que estiveram expostos a um trauma maior segundo a definição do DSM-IV, mas não desenvolveram sintomatologia psiquiátrica. Os instrumentos aplicados a todos os participantes foram o CTQ (Childhood Trauma Questionnaire), o DSQ (Defensive Style Questionnaire) e a DES (Dissociative Experiences Scale). Ainda foram coletados 4mL de sangue de cada participante para a posterior dosagem de BDNF. Resultados: Os pacientes com indicação de PP apresentaram mais traumas na infância, uso maior de defesas imaturas, uso menor de defesas maduras, mais experiências dissociativas e maiores níveis de BDNF séricos. Além disso, foi encontrada correlação positiva entre o escore total da CTQ, abuso emocional, abuso físico, negligência emocional e negligência física com o fator imaturo do DSQ. Os escores da DES também tiveram correlação positiva com o fator imaturo, principalmente a fantasia autística, e com o abuso emocional. Houve correlação negativa do escore total da CTQ, do abuso emocional, abuso sexual e negligência emocional com o fator maduro. A única correlação do fator neurótico foi com a negligência física, positivamente. O BDNF correlacionou-se negativamente com o fator maduro e as defesas de supressão e antecipação. Discussão: Esses resultados estão, em sua maioria, de acordo com estudos prévios e contribuem para confirmar a importante influência das experiências de vida precoce na determinação do funcionamento mental e psicobiológico do indivíduo, o que pode acontecer através de alterações epigenéticas ou em estruturas cerebrais ou ainda na neurobiologia cerebral gerando maior ou menor adaptação aos eventos estressores da vida adulta, isto é, através da reação ao estresse e resiliência. |