Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Bastos Júnior, Marco Aurélio Vinhosa |
Orientador(a): |
Bastos, Paulo Roberto Haidamus de Oliveira,
Lucchetti, Giancarlo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2747
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Resumo: |
A mediunidade e a possessão espiritual são fenômenos culturais encontrados em muitas sociedades ao redor do mundo. No Brasil, o Espiritismo (uma tradição em que a mediunidade é enfatizada) é a terceira maior denominação religiosa. A “hipótese da absorção” (associação de intensos aumentos na atenção focada com uma concomitante redução na autoconsciência) é uma das teorias neuropsicológicas mais amplamente aceitas para explicar estas vivências, embora existam ainda outras sugestões sobre possíveis mecanismos neurofisiológicos subjacentes. O objetivo do presente estudo foi investigar correlatos fisiológicos durante vivências dissociativas não patológicas em vinte médiuns Espíritas experientes, do sexo feminino, comparados com vinte participantes controles, não médiuns, do sexo feminino, no mesmo contexto religioso. Mensuramos as potências espectrais eletroencefalográficas (EEG) em eletrodos frontais (nas bandas de frequência teta, alfa e beta), coerências eletrocorticais inter-regionais e parâmetros de variabilidade da frequência cardíaca (VFC) em três momentos: antes, durante e após a comunicação mediúnica. Também mensuramos os níveis plasmáticos de hormônios e substâncias neuro-ativas, bem como sinais vitais, em dois momentos: antes e imediatamente após a comunicação mediúnica. As médiuns tiveram aumentos significativamente maiores na frequência cardíaca e nos níveis plasmáticos de noradrenalina, hormônio tireo-estimulante (TSH), prolactina e creatina-fosfoquinase (CPK), comparadas com o grupo controle. No EEG, as médiuns tiveram maiores potências beta em alguns eletrodos em todas as fases do experimento, maior potência teta em um eletrodo durante a comunicação e maior potência alfa em um eletrodo após a comunicação. Além disso, durante a comunicação, as médiuns apresentaram um deslocamento significativo do sistema nervoso autônomo a favor da atividade simpática, comparado com um deslocamento a favor da atividade parassimpática (entre outros sinais de relaxamento, como em um estado meditativo) no grupo controle. Não foi observado efeito de grupo significativo para a melatonina, para as coerências eletrocorticais inter-regionais ou para os parâmetros de VFC de períodos amostrais analisados uma hora antes e uma hora após a comunicação. Para os parâmetros de EEG, não foram detectados efeitos de condição (comparações intra-grupos) significativos. Não foram observados padrões ictais ao EEG, exceto por uma médium que, embora sem antecedentes de epilepsia, apresentou padrão ictal durante todas as fases do experimento.Teorizamos que a breve excitação manifestada pelas médiuns possa ter ocorrido devido a um efeito de interferência (Stroop-like). Nossos achados dão suporte adicional aos conceitos de que dissociação patológica e não patológica podem ter implicações fisiológicas diferentes, e de que a absorção possa ter um papel mecanístico neste tipo de experiências sensoriais anômalas. Além disso, são corroboradas as ideias de que sistemas socioculturais poderiam afetar a regulação autonômica cardíaca em alguns indivíduos propensos à absorção, e de que processos de controle cognitivo seriam encadeados durante estas vivências. Finalmente, nossos resultados falam contra a hipótese da elevação da melatonina ser um correlato necessário das experiências mediúnicas. |