Origem e retenção da matéria orgânica em solos sob sistemas de produção florestal no Sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Santana, Graciele Sarante
Orientador(a): Dick, Deborah Pinheiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/90306
Resumo: Tendo em vista o aumento das áreas com florestas plantadas nos últimos anos e que a matéria orgânica do solo (MOS) é afetada diretamente pelos diferentes usos do solo, este trabalho teve como objetivo investigar a origem e retenção da matéria orgânica em solos subtropicais brasileiros sob sistemas de produção florestal. Para atingir esse objetivo, três estudos foram desenvolvidos. No estudo 1, as alterações das propriedade químicas do solo e a composição química da MOS foram investigadas em Cambissolos sob cultivo de Acacia e de Eucalyptus há 7 anos. O cultivo de Acacia favoreceu o aumento da saturação de alumínio e redução do pH, Ca+2 e Mg+2, enquanto que no solo sob Eucalyptus, devido a aplicação de calcário, isso não foi observado. O teor de C do solo não foi alterado após o cultivo de Acacia e de Eucalyptus, porém o aumento de compostos derivados de polissacarídeos e o enriquecimento de C31 no solo sob Acacia, indica a entrada de material vegetal da serrapilheira da Acacia. No solo sob Eucalyptus não houve evidência de entrada de material da serrapilheira do Eucalyptus, no entanto, a presença de compostos mais degradados indicou alteração da composição da MOS após introdução do Eucalyptus. O estudo 2 foi realizado nas mesmas áreas do estudo 1, sendo determinado os estoques de C e N nos compartimentos físicos da MOS (FLL-fração leve livre, FLO-fração leve oclusa, e FP-fração pesada) e sua composição química molecular também foi investigada, em sub-camadas até 20 cm de profundidade. Alterações nos estoques de C e N das frações leves na camada de 0-5 cm foram observadas pelo aumento nos estoques de C das FLL e FLO na área sob Eucalyptus e a entrada de biomassa da serrapilheira do Eucalyptus foi detectada pela presença de biomarcador específico C29, a qual não foi observada quando analisado o solo inteiro (Estudo I). Em consideração a área sob Acacia, redução dos estoques de C e N da FLO foi observado. No entanto, a presença de compostos derivados de polissacarídeos e a presença de biomarcador C31 da serrapilheira da Acacia, indicou entrada de biomassa da Acacia nas frações leves. O estudo 3 investigou a retenção de C e a contribuição do Eucalyptus para os compartimentos físicos da MOS cultivados há 22 anos em diferentes solos. No Argissolo o cultivo de Eucalyptus favoreceu o aumento do teor de C e N do solo e dos compartimentos físicos, enquanto que no Cambissolo e Neossolo o teor de C do solo não foi alterado e o teor de N diminuiu até 10 cm de profundidade. Em consideração aos compartimentos físicos, no Cambissolo houve uma redução do teor de C e N na fração silte até os 20 cm de profundidade enquanto que no Neossolo nenhuma alteração relevante foi observada. Apesar do comportamento distinto observado quanto aos teores de C e N no solo e nos compartimentos físicos em diferentes solos, a presença de biomarcadores específicos da serrapilheira do Eucalyptus foi observada nos compartimentos físicos em todos os solos sob cultivo de Eucalyptus.