Fluxo de gases de efeito estufa em eolos do Pampa Gaúcho sob silvicultura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Godoi, Stefânia Guedes de
Orientador(a): Vieira, Frederico Costa Beber
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Campus São Gabriel
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br/jspui/handle/riu/219
Resumo: A região do Pampa Gaúcho está passando por modificação do tipo de uso do solo, com a inserção da silvicultura em solos de pastagens ou agricultura. No entanto, pouco se conhece sobre o impacto que tal mudança implica no fluxo dos Gases de Efeito Estufa (GEE) nessa região, especialmente em relação aos fluxos de metano (CH 4 ) e óxido nitroso (N 2 O) do solo. Este estudo teve como objetivo principal avaliar a inserção da silvicultura, com Acacia mearnsii De Wild e Eucalyptus saligna, em áreas de campo nativo e o seu efeito no fluxo CH 4 e N 2 O do solo, e determinar os principais fatores de solo que governam os fluxos destes gases. Dois experimentos foram realizados durante o período de um ano, em povoamentos de Acacia mearnsii De Wild avaliando quatro tratamentos: Acácia (AM), Acácia com retirada manual de serrapilheira (A-s), Acácia recém colhida (AC) e campo nativo (CN); e de Eucalyptus saligna avaliando cinco tratamentos: Eucalipto com quatro anos (E4), Eucalipto com quatro anos com retirada manual da serrapilheira (E4-s), Eucalipto com dois anos (E2), Mata Nativa (MN) e Campo Nativo (CN), utilizando o campo nativo como tratamento de referência. As amostras de ar foram coletadas quinzenalmente pelo método de câmaras estáticas e os teores dos gases foram determinados por cromatografia gasosa. Em cada evento de amostragem de ar, foram avaliados a umidade e os teores de nitrogênio mineral do solo, coletada a serrapilheira e monitorada a temperatura do solo e do ar dentro da câmara. A inserção tanto do eucalipto como de acácia não alterou significativamente os fluxos de CH 4 e N 2 O do solo em relação ao campo nativo adjacente a cada floresta. Os fluxos de N 2 O foram geralmente baixos, com a maioria dos valores entre –5 e 30 μg N m -2 h -1 , provavelmente favorecidas pela baixa precipitação do período avaliado e dos baixos teores de nitrogênio mineral do solo. Houve predomínio de oxidação de CH 4 nos solos sob silvicultura no período avaliado, em magnitude similar ao campo nativo. O solo sob eucalipto com dois anos tendeu a emitir mais N 2 O do que com quatro anos. A colheita da acácia promoveu aumento da emissão de N 2 O, provavelmente decorrente da maior disponibilidade de nitrogênio mineral no solo para os processos de nitrificação e desnitrificação. Em relação ao CH 4 , a maior emissão coincidiu com os períodos de temperatura do solo mais elevada, o que é coerente com o aumento da atividade biológica, principalmente em áreas com menor cobertura vegetal. Os teores de carbono orgânico total (COT) e nitrogênio total (NT) do solo sob eucalipto e acácia não diferiram significativamente do campo nativo para a ampla maioria das camadas avaliadas. Somado aos baixos fluxos de CH 4 e N 2 O da silvicultura, o sequestro de carbono via biomassa vegetal e produtos madeireiros sugerem que a mudança de uso do solo com inserção de silvicultura seja uma opção efetiva para a mitigação dos GEE e aumento do sequestro de carbono em áreas da região do Pampa Gaúcho.