Doença meningococica no Rio Grande do Sul : 1974 a 1983

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1989
Autor(a) principal: Meneghel, Stela Nazareth
Orientador(a): Schmidt, Maria Inês
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/197980
Resumo: Este trabalho analisa a doença meningocócica no Rio Grande do Sul,nu ma série histórica de dez anos, relacionando os anos epidêmicos(1974-75) com alguns anos endêmicos(1984-85). O desenho do estudo é ecolÓgico: analisa nas 24 microrregiões homogêneas da FIBC'E, a incidência de doença meningcocócica em relação a l.IDla série de variáveis indicativas de nível de vida e saúde: mortalidade infantil, mortalidade proporcional em menores de cinco anos e maiores de cinquUenta anos, aglomeração, pobreza e migração. Além destas relações, trabalha-se com dados descritivos da doença, comparando-a no tempo e no espaço e realiza-se algumas considerações sobre as atividades de vigilância epidemiolÓgica da doença. A análise dos dados mostra que a doença foi epidêmica no Estado no período 1973-75, quando aconteceram mais de 3.000 casos. A epidemia iniciou na região serrana do estado, estendendo-se depois - para a Região Metropolitana e outros municípios. Os maíores coeficientes de incidência foram sempre em Porto Alegre e Região Metropolitana onde o processo de industrialização/urbanização, atraiu na década de 60/70, grandes contingentes de migrantes. O grupo etário mais atingido foi o de menores de um ano, neste grupo a letalidade também foi elevada. A doença apresenta sazonalidade nítida nos meses frios e reterna ao padrão endêmico após a epidemia de 1973-75. A relação entre migração e doença rneningocócica foi estatisticamente significativa nos municípios de atração de migrantes. A distribuição de casos pelos bairros de Porto Alegre mostrou que os maiores coeficientes de incidência corresponderarn às zonas intermediárias e periférica e nestas, os bairros mais pobres foram os mais atingidos. A relação entre indicadores sociais (saúde, pobreza, aglomeração e migrações) e méningite foi estatisticamente significativa para a variável migração (r=0,6389). Foram encontradas relações in versas entre a doença meningocócica e mortalidade infantil. Não houve associação entre doença meningocócica e as demais variaveis no período endêmico, confirmando a hipótese inicial de que a doença meningocócica epidêmica difere sua determinação causal da doença meningocócica endêmica. Realizaram-se recomendações para a vigilancia epidemiológica da doença: monitorização de migrantes, inclusão de variáveis so ciais nas investigações, acompanhamento qualitativamente diferente no momento endêmico em relação ao epidêmico; assim como algumas sugestões para pesquisa.