Epidemiologia Molecular da Meningite Meningocócica em Salvador-BA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Cordeiro, Soraia Machado
Orientador(a): Reis, Mitermayer Galvão dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34918
Resumo: Atualmente a Neisseria Meningitidis é a principal causa de Meningite Bacteriana em todo mundo. Este estudo teve como objetivo consolidar os dados clínicos, epidemiológicos e microbiológicos da Meningite Meningocócica em Salvador, Brasil, num período de onze anos, decorrente de um sistema de vigilância hospitalar. Entre Fevereiro de 1996 e Dezembro de 2006, foram identificados os casos de Meningite Meningocócica comprovados por cultura positiva no Hospital Couto Maia, Salvador, BA. Dados demográficos e clínicos foram obtidos através de entrevista e revisão de prontuário. Anti-soro e anticorpos monoclonais foram usados para determinar os sorogrupos e sorotipos: sorosubtipos, respectivamente. Durante este período, dois métodos simples para genotipagem da Neisseria Meningitidis foram utilizados, um baseado na amplificação de elementos repetitivos por PCR (NgRep-PCR) e um outro baseado em RFLP (Polimorfismo dos fragmentos de restrição) o MLRFT (Tipagem de fragmentos de restrição de multilocus). Foram identificados 648 casos de Meningite Meningocócica, com taxa de letalidade de 11,3%. A incidência anual média entre 324 casos residentes em Salvador foi de 1,20 casos/100.000 habitantes. A incidência foi maior em crianças menores de 4 anos de idade (9,77 casos/100.000 habitantes). Dos 575 isolados com resultados de sorogrupo, 79,3%, 18,1%, 1,7% e 0,9 foram classificados como B, C, W135 e Y, respectivamente. Um único sorotipo:sorosubtipo (4,7:P1.19,15) foi responsável por 62,7% de todos os casos. As análises utilizando os métodos de NgRep-PCR e MLRFT demonstraram padrões genotípicos com alta, reprodutibilidade, eficiência e conveniência, permitindo identificar os clones hipervirulentos, tais como os do complexo ET-5 encontrados em nosso estudo. Estes métodos foram comparáveis com o "padrão ouro" (MLST- tipagem por sequenciamento de multilocus), demonstrando algumas vantagens: execução rápida, simples, de baixo custo e de fácil aplicação em laboratórios de países em desenvolvimento. Em conclusão, um serviço de vigilância continuado é necessário para caracterizarmos cepas e para definir estratégias futuras no controle e prevenção da meningite meningocócica.