Substituição do óleo de peixe por óleos vegetais em dietas para Jundiá Rhamdia quelen; efeito no desempenho e no perfil de ácidos graxos da composição corporal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Anido, Rodrigo Javier Vargas
Orientador(a): Souza, Silvia Maria Guimaraes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/10678
Resumo: Um incremento constante na piscicultura no sul do Brasil vem sendo observado; este crescimento é ocasionado, em grande parte, pelo cultivo de espécies nativas de interesse comercial como o Jundiá (Rhamdia quelen). A farinha e o óleo de peixe são ingredientes comumente utilizados como fontes lipídicas na elaboração de rações para peixes. Com a estagnação dos recursos pesqueiros, estes ingredientes tornam-se cada vez mais caros, sendo interessante a utilização de fontes alternativas. As principais fontes de óleos vegetais utilizadas como substitutos são: milho, soja, girassol e canola. Estes óleos apresentam altos conteúdos de ácidos graxos da serie n-6, podendo produzir um peixe com uma relação n-3:n-6 baixa e portanto de menor qualidade sob o ponto de vista do consumo humano. O óleo de linhaça (OL), por outro lado, apresenta um alto conteúdo de ácido linolênico (C18:3 n-3, ALN) na sua composição, representando uma alternativa interessante. Dentro dos Siluriformes, o Ictalurus punctatus apresentou uma reduzida capacidade de dessaturação de precursores do tipo ALN para obtenção de concentrações adequadas de ácidos graxos altamente insaturados (HUFAs). Nada se conhece a respeito desta capacidade no Jundiá. Assim, o objetivo foi avaliar o desempenho e a capacidade de alongar e dessaturar ácidos graxos precursores de alevinos de jundiá alimentados com dietas que continham níveis crescentes de OL em substituição do óleo de peixe. Alevinos de Jundiá foram alimentados durante 31 dias com cinco dietas isonitrogenadas (37%) e isoenergéticas (19kJg-1) nas quais foram adicionados: 5% de óleo de milho (OM), 5% de óleo de peixe (OP), 5% de óleo de linhaça (OL), 3,3% de óleo de peixe e 1,7% de óleo de linhaça (1/3OL) e 1,7% de óleo de peixe e 3,3% de óleo de linhaça (2/3OL). O desempenho não foi afetado pelos diferentes tratamentos. Contrariamente, o perfil de ácidos graxos dos peixes foi fortemente influenciado pela dieta. Peixes alimentados com OL mostraram valores superiores de n-3, mas baixos teores de HUFAs na sua composição corporal. O decremento nos HUFAs foi de: 25,2% para 1/3OL e perto de 45% para 2/3OL e OL, quando comparados com o tratamento OP. A relação n-3:n-6 também foi fortemente afetada pela dieta. Peixes alimentados com OL e/ou OP apresentaram valores acima do recomendado pela World Health Organization; mas peixes alimentados com OM mostraram um valor inferior para esta relação, denotando uma menor qualidade desde o ponto de vista da saúde humana. Certa capacidade de desaturação/elongação foi evidenciada; sendo este o primeiro registro de tal capacidade para a espécie. Em conclusão, o OL pode ser utilizado como substituto do OP em dietas para alevinos de Jundiá sem afetar seu desempenho e produzindo um peixe de boa qualidade.