Invenção e reinvenções do desemprego : um indicador chave do mercado de trabalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Guigou, Felipe Maraschin
Orientador(a): Herrlein Junior, Ronaldo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/281113
Resumo: Os desempregados são entendidos, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), como aqueles que não têm, mas buscam trabalho. Essa concepção, que soa quase auto evidente para um observador acostumado com o que é procurar trabalho, só foi criada na década de trinta por economistas e estatísticos do trabalho estadunidenses. Da mesma forma, o entendimento do desemprego da OIT passou por várias alterações desde a introdução da procura por trabalho como critério de identificação, pela sexta Conferência Internacional de Estatísticos do Trabalho (CIET), em 1947. O objetivo desta dissertação é analisar a trajetória das medidas da subutilização do trabalho, com ênfase no desemprego, através da história de suas padronizações internacionais, de acordo com a CIET. Adicionalmente, esta dissertação apresenta uma análise comparativa da metodologia da Pesquisa Mensal do Emprego (PME) e das resoluções da CIET vigentes entre 1980 e 2016. A análise das resoluções da CIET ao longo das décadas revela uma história dominada por objetivos mutuamente conflitantes, disputas sobre aplicabilidade de categorias supostamente internacionais e tentativas, muitas vezes frustradas, de criar formas novas de compreender um fenômeno eternamente mutante. A comparação com a PME, por sua vez, revela que as pesquisas nacionais utilizavam as resoluções da CIET como auxílio, desde que as mesmas se mostrassem úteis para compreender e mensurar suas próprias realidades. Entretanto, as desconsideravam quando as mesmas se mostravam insuficientes ou quando os padrões da CIET demonstravam seu viés de análise para o mundo desenvolvido. A relação entre as pesquisas como a PME e as resoluções da CIET deve ser entendida como recíproca: padrões internacionais fomentam e balizam a criação de pesquisas nacionais, as quais, visando melhor compreender suas realidades particulares, adaptam, modificam ou ignoram as resoluções da CIET criando definições e indicadores próprios, feitos de forma experimental. Ao mesmo tempo, as inovações promovidas pelas pesquisas nacionais tornam-se subsídio para a OIT continuamente atualizar e aprimorar seus próprios padrões internacionais.