Um tour pelo meu corpo : atualização de corporalidades na semiosfera do YouTube

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Fonseca, Paula Coruja da
Orientador(a): Rosário, Nísia Martins do
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/282304
Resumo: A presente tese busca investigar corporalidades youtubers que não performam de acordo com as regularidades e normatizações dominantes na plataforma. A proposta mais abrangente é desenvolver reflexões teórico e metodológicas a partir da seguinte questão direcionadora: Como são atualizadas as corporalidade youtuber, a partir de performances de si audiovisuais de #TourPeloMeuCorpo (TPMC), na semiosfera do YouTube? Partimos do pressuposto de que o corpo presente em vlogs do YouTube traz uma aura de veracidade aos conteúdos, afinal é parte central deste texto audiovisual. Além disso, não é qualquer corpo que está ali presente. É um corpo mediado. É um corpo fragmentado. É um corpo performativo. É um corpo que muda de acordo com aspectos técnicos envolvidos na produção audiovisual. Esse corpo eletrônico, que usa da performatividade em performances de si no YouTube, é o que estou chamando de corporalidades youtubers. A hashtag #TourPeloMeuCorpo foi criada pela youtuber Luiza Junqueira ao postar um vídeo que mostrava diversos fragmentos do seu próprio corpo, segundo ela, com o objetivo de promover autoaceitação. Tendo a cartografia como método, a questão problema e os objetivos da pesquisa foram sendo construídos e reconstruídos durante o processo de investigação buscando, na avaliação constante do percurso, atualização conforme os caminhos abertos durante o estudo. O quadro teórico foi concebido na tecitura entre a semiótica da cultura, o conceito de performatividade, a noção de performance de si e o entendimento de corpos eletrônicos. A conexão entre esses fundamentos teóricos também orientou a bússola metodológica que permitiu examinar e refletir sobre os movimentos rizomáticos da hashtag na semiosfera do YouTube, considerando um território inicial de 397 vídeos que deixam pistas sobre as produções de corporalidades eletrônicas por um grupo heterogêneo que aderiu ao TPMC. Entre os resultados mapeados estão uma prática de produção de audiovisual para o YouTube que vai além da já normalizada “cabeça falante” e dá destaque para fragmentos do corpo poucas vezes mostrados em primeiro plano. Além disso, dá espaço, mesmo nas linhas de fuga, para corpos não hegemônicos, fora das mídias tradicionais. Destaca-se, principalmente, os movimentos da hashtag na semiosfera do YouTube que provocaram explosões semióticas, desterritorializações e reterritorializações de sentidos em diversos espaços e direções.