Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Soares, Luana Sousa |
Orientador(a): |
Freitas, Loreta Brandão de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/254961
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Resumo: |
Mudanças climáticas associadas com os ciclos glaciais e interglaciais durante o Pleistoceno influenciaram fortemente o processo evolutivo no planeta. Na América do Sul, apesar de não ter ocorrido a formação de grandes placas de gelo na superfície, as variações climáticas impactaram a estrutura populacional, a demografia e levaram a especiação e diversificação de várias espécies. Os Campos de Cima da Serra no sul da América do Sul constituem um tipo distinto de vegetação, com grande diversidade e elevado número de espécies endêmicas. A região sofreu uma grande influência dos ciclos climáticos do Pleistoceno onde, atualmente, vê-se um mosaico entre espécies de campo e da Floresta de Araucárias. A alternância de ciclos glaciais, com clima seco e frio, e interglaciais, quando as temperaturas foram mais amenas e a umidade maior, permitiram, respectivamente, a expansão dos campos do sul para o norte e a expansão das florestas sobre estes campos, levando as espécies adaptadas a áreas abertas para refúgios em elevações superiores, com condições mais favoráveis, onde diversificaram em alopatria. O gênero Petunia (Solanaceae) com suas 14 espécies herbáceas e adaptadas às áreas abertas teve origem nas terras baixas (<500 m acima do nível do mar) e migrou de forma secundária para os campos de maior elevação. No presente trabalho, nós avaliamos a diversidade genética, estruturação populacional e história demográfica de uma espécie de Petunia que habita os Campos de Cima da Serra e tem sua distribuição fragmentada pelo Rio Pelotas, P. altiplana, através da análise de marcadores plastidiais e nucleares e utilizando uma abordagem filogeográfica e modelagens evolutivas. Foram sequenciadas três regiões do DNA de cloroplasto e analisados dez loci de microssatélites nucleares. Os índices de diversidade genética básicos para cada tipo de marcador foram estimados. Além disso, nós empregamos estimativas de estruturação populacional, fluxo gênico histórico e atual e testamos cenários evolutivos alternativos com populações coletadas em ambas as margens do Rio Pelotas e cobrindo a totalidade da distribuição geográfica da espécie. Nós identificamos uma rápida expansão populacional e os dados plastidiais revelaram que o Rio Pelotas agiu como uma barreira geográfica efetiva formando dois grupos populacionais de acordo com as margens do rio. Também observamos um compartilhamento de polimorfismo ancestral, principalmente baseado em marcadores nucleares. Observamos migração e fluxo genético entre populações próximas e o melhor modelo evolutivo indica que a espécie se originou na margem sul e posteriormente migrou para a margem norte sob influência do Pleistoceno. Assim, sugerimos que o Rio Pelotas possa ter atuado também como um corredor de dispersão e colonização para essa espécie. |