Pulsos de inundação e conectividade em áreas úmidas, Área de Proteção Ambiental do Banhado Grande-RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Simioni, João Paulo Delapasse
Orientador(a): Guasselli, Laurindo Antônio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/156429
Resumo: Os pulsos de inundação se constituem na força motriz responsável pela existência, produtividade e interações da maior parte da biota em sistemas lóticos de planícies de inundação. Na Área de Proteção Ambiental do Banhado Grande (APABG), em períodos de grandes pulsos de inundação, se estabelece uma conectividade entre as Áreas Úmidas (AUs) formando uma extensa área inundável entre o Banhado Grande, o Banhado dos Pachecos e a planície de inundação do rio Gravataí. A conectividade refere-se às interações entre diferentes corpos d'água tais como áreas de várzea, de banhados e os sistemas aquáticos e ribeirinhos. Este trabalho teve como objetivo mapear e caracterizar os pulsos de inundação e a conectividade entre as Áreas Úmidas da APABG, a partir de dados de sensoriamento remoto. O trabalho está organizado em três artigos: 1) os efeitos da flutuação dos níveis da água sobre a dinâmica das Áreas Úmidas da APABG, através da análise das relações entre as variações das médias do nível da água no rio Gravataí, das médias de precipitação e as áreas com lâmina de água aparente a partir de imagens NDWI (Índice de Diferença Normalizada da Água); 2) a conectividade associada aos grandes pulsos de inundação nas Áreas Úmidas da Área de Proteção Ambiental do Banhado Grande, através de dados de precipitação e imagens NDWI; e 3) a formação de um Mosaico Móvel associado aos pulsos de inundação e seca, na APABG, através de conceitos de ecologia da paisagem, dados de precipitação pluviométrica, cota de nível do rio Gravataí e imagens NDWI. Os resultados mostram: 1) a rápida resposta dos níveis de cota do rio Gravataí e da área com lâmina de água aparente, aos eventos de precipitação. As áreas mais susceptíveis a ocorrência de lâmina de água aparente, localizam-se principalmente na área compreendida pelo Banhado dos Pachecos e também nas áreas próximas à Lagoa da Anastácia onde, em grandes pulsos de inundação, se estabelece uma conectividade entre os diferentes compartimentos da APABG; 2) a conectividade entre as AUs da APABG está diretamente associada a cota altimétrica e aos grandes pulsos de inundação. Ocorrem dois tipos de conectividade: i) conectividade rio - banhado, quando os pulsos de inundação conectam o canal principal do rio Gravataí a apenas uma área de banhado; ii) conectividade banhado - banhado, quando os pulsos de inundação conectam o corredor que liga os banhados (Grande e dos Pachecos) à planície inundável do rio Gravataí. Esta conectividade é percebida, geralmente, quando a precipitação acumulada de 30 dias anteriores a obtenção da imagem de satélite é superior a 247 mm; 3) além da conectividade, os pulsos de inundação e seca criam um Mosaico Móvel totalmente regulado por estes pulsos. Em períodos de grandes precipitações, tem-se um mosaico predominantemente aquático, com a presença de peixes e uma vegetação adaptada às inundações. E na fase seca forma um mosaico predominantemente terrestre. Conclui-se que a conectividade entre as AUs da APABG está diretamente associada aos grandes pulsos de inundação. Por serem caracterizados como imprevisíveis e de curta duração, os pulsos de inundação na APABG ocorrem muitas vezes de forma inesperada. Entretanto, entre os meses de junho a novembro têm-se uma maior possibilidade de ocorrência dos pulsos. Recomenda-se a necessidade de criação de políticas públicas voltadas à preservação, delineamento e classificação das AUs, principalmente, no Rio Grande do Sul; e também a preservação da área do polígono referente à cota de 11 metros, juntamente com medidas de renaturalização dos antigos meandros do rio Gravataí. Entende-se que esta área é fundamental para a regularização das vazões do rio, o controle dos processos erosivos na APABG e para o estabelecimento do Plano de Manejo.