Variações genéticas, de metilação e desfechos perinatais em recém-nascidos com exposição pré-natal a crack/cocaína no Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gomez, Alejandra Rojas
Orientador(a): Faccini, Lavinia Schuler
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/224114
Resumo: O consumo de crack/cocaína no Brasil é um problema de saúde pública que se agrava nos últimos anos. Tanto fatores epigenéticos, como polimorfismos de suscetibilidade a teratógenos são uma área ainda pouco explorada e em estudos com exposição pré-natal à cocaína em humanos. Estudos em ratos mostram mudanças na metilação do gene da proteína quinase C épsilon (PRKCε) nos corações da prole exposta à cocaína. Por outro lado o gene ABCB1 que codifica a glicoproteína P pode influenciar o efeito pré-natal do crack/cocaína, dado que já foi associado com menor proteção fetal contra potenciais teratógenos. Assim, os principais objetivos do presente estudo foram: (1) investigar o padrão de metilação do DNA da região reguladora do gene PRKCε em bebês expostos ao crack/cocaína em comparação com bebês não expostos e; (2) estudar em pares mãe-bebê de expostos e não expostos, o polimorfismo C3435T do gene ABCB1 e a presença de desfechos adversos perinatais. A metilação foi avaliada através da conversão por bissulfito em amostras de DNA de 19 bebês expostos e 12 não expostos, porém não foi detectada metilação em nenhum destes. O polimorfismo de ABCB1 foi testado em 45 mulheres usuárias de crack e 43 bebês, e em 89 mulheres não usuárias e 42 bebês. Nas mulheres autodeclaradas brancas foi encontrada diferença entre as frequências alélicas (T:0,59 usuárias; 0,36 não usuárias; p=0,019). Em num modelo de alelo de risco dominante (CT+TT), a diferença se manteve (p=0,042), sugerindo que a presença do alelo T possa estar associada ao consumo de droga. Não foi encontrada associação entre o polimorfismo da mãe ou do bebê e a presença de desfechos adversos perinatais no bebê (baixo peso, crescimento fetal intrauterino, prematuridade). No entanto, genótipos com o alelo T foram mais frequentes em mães brancas cujos bebês foram hospitalizados (p<0,001) e nos bebês hospitalizados (p<0,001). Isto pode indicar que a presença do alelo T estaria envolvido numa maior vulnerabilidade do bebê ao uso de substâncias durante a gravidez. Estudos com números amostrais maiores serão necessários para confirmar esta hipótese.