Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Gallois, Carolina Benedetto |
Orientador(a): |
Manfro, Gisele Gus |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/284146
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Resumo: |
O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é um dos transtornos psiquiátricos mais comuns, marcado por ansiedade persistente e de difícil controle, frequentemente acompanhado por sintomas físicos e comorbidades. Apesar dos avanços no tratamento, muitos pacientes permanecem sintomáticos, justificando a busca por novas ferramentas para otimizar as abordagens terapêuticas. A fim de contribuir com o desenvolvimento de melhores tratamentos, esta tese investigou o papel do uso de intervenções digitais no tratamento do TAG. A revisão da literatura sobre o tema resultou na escrita de três capítulos do livro “Psiquiatria Digital”, publicado em 2024 pela Editora Artmed. Com o objetivo de avaliar o impacto das intervenções digitais no TAG, foi realizado um ensaio clínico randomizado (ECR) de 12 semanas, que avaliou o impacto da associação de ferramentas simples e de fácil acesso (videos de psicoeducação e o uso sistemático de escalas psicométricas) ao tratamento usual (TAU) do TAG, ambos disponibilizados por meio de um aplicativo móvel (“+PSI”). Os seis vídeos de psicoeducação utilizados como ferramenta digital foram desenvolvidos especificamente para este estudo, possuem duração aproximada de 3 a 4 minutos, e apresentam ilustrações e animações em uma linguagem simples e acessível. A segunda intervenção digital consistiu na aplicação da escala psicométrica de sintomas de ansiedade GAD-7 (Generalized Anxiety Disorder 7-item Scale) a cada consulta, com o objetivo de auxiliar o psiquiatra assistente a alcançar melhores desfechos clínicos e maior assertividade nas condutas terapêuticas. Esse método, conhecido como “cuidado baseado em medidas” (MBC, do inglês measurement-based care), vem sendo explorado nos últimos anos como uma estratégia adicional para aprimorar o cuidado em saúde mental. Apesar de os resultados do ECR não terem encontrado melhora significativa na resposta clínica, a associação das estratégias digitais ao TAU demonstrou uma melhora significativa na adesão ao tratamento. Considerando a alta prevalência do TAG e a baixa adesão ao tratamento em transtornos psiquiátricos em geral, acreditamos que essas estratégias podem ser bastante benéficas, especialmente no âmbito da saúde pública. Considerando a abrangência da psiquiatria digital, esta tese também explorou a “exclusão digital”, analisando se as populações mais vulneráveis estão sendo adequadamente alcançadas pelas novas tecnologias utilizadas no campo da pesquisa e clínica envolvendo psiquiatria digital (ciência que estuda a interface entre a psiquiatria e a tecnologia), ou se essas ferramentas digitais estão restringindo ainda mais o acesso ao tratamento a setores mais elitizados. A presente tese contribui para a compreensão das intervenções digitais como ferramentas promissoras no manejo do TAG, ao mesmo tempo que aponta desafios importantes, como a necessidade de maior cuidado com a inclusão digital de populações vulneráveis na pesquisa e na prática das intervenções digitais, assim como a necessidade de estudos adicionais que fortaleçam a base científica para a incorporação dessas práticas digitais na rotina clínica. |