Associação entre binge drinking, personalidade, impulsividade e comportamentos de risco na direção

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Gross, Luana da Silveira
Orientador(a): Pechansky, Flavio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/288196
Resumo: Introdução: As fatalidades relacionadas ao trânsito ocorrem principalmente em países de baixa e média renda, como o Brasil, e o consumo de álcool está amplamente associado a esses desfechos. Estudos têm investigado amplamente os fatores relacionados ao envolvimento na direção sob influência de álcool (driving under the influence of alcohol DUI1), especialmente entre motoristas do sexo masculino - de acordo com a OMS as colisões de trânsito atribuíveis ao álcool são de 36,7 para homens e 23 para mulheres. No entanto, apenas alguns estudos exploraram correlatos de DUI em grupos específicos de maior risco, como os bebedores excessivos. O objetivo deste estudo é examinar como os homens que bebem excessivamente (em binge) e tem histórico de DUI diferem de outros motoristas do sexo masculino em termos de traços de personalidade, impulsividade e outros comportamentos de risco ao dirigir. Método: Foram recrutados 62 motoristas brasileiros do sexo masculino, com idade entre 19 e 60 anos. Eles foram questionados sobre seu padrão de consumo de álcool e envolvimento em beber e dirigir nos últimos 30 dias e classificados em três grupos: bebedores excessivos que relataram envolvimento em beber e dirigir (Binge DUI; n = 32), bebedores excessivos que não relataram beber e dirigir (Binge No DUI; n = 11) e controles que não relataram consumo excessivo de álcool nem beber e dirigir (n =19). Foram avaliados traços de personalidade (Inventário de Cinco Fatores NEO), características de impulsividade (Teste de Desempenho Contínuo de Conners) e comportamento de condução simulado. Comparações planejadas foram realizadas por meio de Análise de Variância entre o grupo Binge DUI e i) Controles e ii) Binge No DUI. Os resultados significativos das comparações planejadas foram então confirmados usando um modelo de regressão logística. Resultados: Nas análises de contraste, houve uma diferença entre o grupo Binge DUI e os outros grupos, demonstrando que o Binge DUI dirigiu mais quilômetros por dia do que o grupo Controle (Contraste t (59) = 2,380 p = 0,02), e o grupo No DUI Binge (Contraste t (59) = 2,346 p = 0,02). Além disso, o grupo Binge DUI pontuou mais alto no traço Extroversão do NEO-PI comparado ao grupo Binge No DUI (Contraste t (59) = 2,341 p = 0,023). A medida Extroversão foi um preditor significativo de beber e dirigir entre bebedores compulsivos (OR = 1,144; IC 95% = 1,016 - 1,288). Conclusão: Entre binge drinkers, traços de extroversão estão associados a um maior risco de dirigir após beber. Sob o efeito do álcool, características como a busca por sensações podem ser intensificadas, aumentando a propensão a decisões imprudentes. Intervenções direcionadas a traços de personalidade específicos podem ser mais eficazes na redução desse comportamento. Além disso, programas preventivos já eficazes em outros contextos podem ser adaptados ao trânsito. Estudos futuros devem explorar instrumentos alternativos para avaliar traços de personalidade e comportamentos de risco.