Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Lichtenfels, Patricia |
Orientador(a): |
Doll, Johannes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/13730
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Resumo: |
Entre as preocupações e os estudos sobre o processo de envelhecimento, existe uma área que tem recebido grande atenção: a “feminização da velhice”. As mulheres possuem uma maior expectativa de vida, com isso, as projeções para o futuro apontam para um crescimento da população idosa feminina e um relativo decréscimo da masculina. Esses índices não apenas destacam uma superioridade numérica das mulheres na velhice, mas nos fazem refletir sobre as necessidades de conhecer e contemplar esse maior segmento da população idosa nacional. O presente estudo foi desenvolvido num contexto de famílias urbanas de um bairro de classe popular da cidade de Porto Alegre, a Vila Fátima, e teve como objetivo principal analisar as funções que as mulheres idosas deste bairro estão desempenhando hoje em suas famílias. Os objetivos secundários foram: o levantamento do perfil socioeconômico das famílias deste bairro; a análise da estrutura familiar e da rede social de apoio das famílias; e a compreensão da percepção que a mulher idosa tem de si mesma dentro de sua família e na comunidade onde vive. Participaram do estudo nove mulheres, com idades entre 66 e 93 anos, moradoras da Vila Fátima, integrantes do Grupo de Terceira Idade do Centro de Extensão Universitária da PUC-RS. Nesta pesquisa, de cunho qualitativo e caráter etnográfico, utilizaram-se como instrumentos de coleta de dados: entrevistas com perguntas abertas, gravadas e posteriormente transcritas, que foram realizadas no próprio domicílio das participantes; um diário de campo e anotações sobre o Grupo de Terceira Idade. O estudo mostrou que o processo de adoecimento crônico, a prisão ou a perda precoce do companheiro, seja por morte ou por separação, levou sete entre as nove entrevistadas a constituir unidades-mãe-filhos e a assumir o papel de provedoras de seus lares. Os vizinhos, as creches locais e o posto de saúde formam a rede social de apoio na comunidade. Com o envelhecimento, algumas delas continuaram a viver na forma de unidade-mãe-filhos, e outras passaram a constituir unidade-mãe-filhos-netos. Elas continuaram a desempenhar um papel central no funcionamento de suas famílias e sustento de suas casas. Muitas das idosas assumiram a responsabilidade de criar e educar seus netos e bisnetos. A sua principal fonte de suporte social hoje são seus filhos. A coresidência é uma realidade muito presente nesse contexto. Ela tem gerado um aumento da taxa de escolarização, uma redução do trabalho infantil e proporcionado trocas intensas e prolongadas entre as gerações. As trocas de carinho, o diálogo aberto com os netos e a disponibilidade de estar presente e ser uma referência são características marcantes nos discursos das idosas. A relação afetiva firmada com as gerações mais jovens possibilita aos idosos uma releitura crítica de suas trajetórias pessoais e a construção de um novo sentido de vida. |